Presença de comorbidades, uso de medicamentos e suplementos nutricionais por mulheres com reganho de peso após 24 meses de bypass gástrico

  • Álina Célia Silva de Souza Universidade Federal do Pará
  • Daniela Lopes Gomes Faculdade de Nutrição, Programa de Pós-graduação em Neurociências e Comportamento, Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém-PA, Brasil.
  • Naiza Nayla Bandeira de Sá Faculdade de Nutrição, Programa de Pós-graduação em Saúde, Ambiente e Sociedade na Amazônia, Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém-PA, Brasil.
  • Kenia Mara Baiocchi de Carvalho Departamento de Nutrição, Programa de Pós-graduação em Nutrição Humana, Universidade de Brasí­lia (UnB), Brasí­lia-DF, Brasil.
Palavras-chave: Obesidade, Cirurgia bariátrica, Doenças associadas

Resumo

Introdução: Indiví­duos com obesidade grave, sem sucesso no tratamento clí­nico convencional, tem indicação à intervenção cirúrgica, sendo a técnica de Bypass Gástrico em Y de Roux (BGYR) a mais utilizada. Objetivo: descrever a presença de comorbidades, uso de medicamentos e suplementos nutricionais por mulheres com reganho de peso após 24 meses de bypass gástrico. Materias e métodos: estudo transversal do tipo descritivo com 34 pacientes do sexo feminino submetidas ao BGYR, apresentando reganho de no mí­nimo 5% do menor peso alcançado após a cirurgia. Foi aplicado um questionário para coleta de dados sociodemográficos e sobre o uso de suplementos nutricionais e medicamentos. Foram aferidos peso e estatura e verificado menor peso pós-cirúrgico no prontuário. Resultados: As participantes possuí­am média de idade de 46,9 ± 11,2 anos, índice de Massa Corporal (IMC) de 35,7 ± 5,2kg/m2 e média de reganho de 12 ± 7,7 kg. A comorbidade mais frequente no pré-operatório foi a hipertensão arterial sistêmica (HAS), seguida de diabetes mellitus tipo 2; no pós-operatório, continuou a ser a HAS. Os anti-hipertensivos e os hipoglicemiantes foram os medicamentos mais comuns no pós-operatório e metade das pacientes avaliadas usavam todos os suplementos. Discussão: o sucesso cirúrgico pode ser avaliado pelo IMC, sendo >35 kg/m2 classificado como insucesso cirúrgico, podendo predispor estas pacientes à recorrência de comorbidades. Conclusão: As pacientes obtiveram melhora na frequência de comorbidades e consequentemente reduziram a quantidade de medicamentos utilizados, contudo, a média de comorbidades encontrada, assim como a média de IMC ainda apresentaram frequência importante.

Referências

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Publicado
2018-11-15
Como Citar
de Souza, Álina C. S., Gomes, D. L., de Sá, N. N. B., & de Carvalho, K. M. B. (2018). Presença de comorbidades, uso de medicamentos e suplementos nutricionais por mulheres com reganho de peso após 24 meses de bypass gástrico. RBONE - Revista Brasileira De Obesidade, Nutrição E Emagrecimento, 12(74), 738-744. Recuperado de https://www.rbone.com.br/index.php/rbone/article/view/785
Seção
Artigos Cientí­ficos - Original