Obesidade e sobrepeso em escolares: a importância do diagnóstico para subsidiar as iniciativas de promoção da saúde no espaço escolar

  • Patrí­cia Souza Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), Diamantina-MG, Brasil
  • Josiane Barroso Meira Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), Diamantina-MG, Brasil
  • Bárbara Guimarães Fernandes Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), Diamantina-MG, Brasil
  • Lázaro Lopes Moreira Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), Diamantina-MG, Brasil
  • Vanessa Alves Ferreira Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), Diamantina-MG, Brasil
  • Patrí­cia Silva Santos Guimarães Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), Diamantina-MG, Brasil
  • Guillermo Coca Velarde Universidade Federal Fluminense (UFF), Niterói-RJ, Brasil
Palavras-chave: Excesso de peso, Saúde da Criança, Doença Crônica Não Transmissível, Promoção da Saúde e Educação Alimentar e Nutricional

Resumo

Atualmente a saúde da criança tem sido afetada pelas transformações decorrentes do estilo de vida urbano, principalmente com relação à dieta e à atividade fí­sica. Reflexos dessas mudanças são observados no incremento substancial do sobrepeso e obesidade no grupo infanto-juvenil. Em pesquisa realizada pela POF entre os anos 2008-2009, constatou-se que o sobrepeso e obesidade em crianças de cinco a nove anos de idade foi de 33,5% e 14,3%, respectivamente. Nesta direção, este estudo objetivou investigar o estilo de vida de escolares com excesso de peso de uma instituição pública da cidade de Diamantina/MG. Para tal, foram selecionadas 40 crianças com idade entre 7 e 11 anos matriculadas no perí­odo integral. As crianças com sobrepeso/obesidade foram selecionadas a partir do parâmetro do IMC/I>p85 proposto pelo Ministério da Saúde no Brasil. Foram aplicados ainda, questionários socioeconômicos com os responsáveis dos escolares. Os dados revelaram que estes escolares eram em sua maioria pardos, provenientes de famí­lias de renda baixa ou intermediária, com estilo de vida sedentário e com moderado consumo de produtos processados e ultraprocessados. Conclui-se que o estilo de vida destes apresenta-se como um fator de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissí­veis. Deste modo, o estudo evidência que o monitoramento do estado nutricional, consumo alimentar e gasto energético, são fundamentais para subsidiar as ações de promoção da saúde no ambiente escolar, e devem ser incentivadas no ní­vel local a partir do estabelecimento de parcerias intersetoriais com o intuito de prevenir e/ou controlar o excesso de peso neste grupo.

Biografia do Autor

Vanessa Alves Ferreira, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), Diamantina-MG, Brasil

Professora Adjunto do Mestrado Profissional Ensino em Saúde, da Residência Multiprofissional em Saúde do Idoso e do Curso de Nutrição da UFVJM/MG. Graduada em Nutrição pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ (1999) com Especialização (2000), Mestrado (2003) e Doutorado (2014) em Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz no Rio de Janeiro (FIOCRUZ/RJ). Atualmente desenvolve as seguintes linhas de pesquisa: a) Desigualdades sociais, pobreza e sobrepeso/obesidade e b) Promoção da saúde. É autora de publicações na área da nutrição em saúde pública e parecerista dos periódicos: Revista PanAmericana de Salud Pubica e Ciência & Saúde Coletiva. 

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Publicado
2018-11-15
Como Citar
Souza, P., Meira, J. B., Fernandes, B. G., Moreira, L. L., Ferreira, V. A., Guimarães, P. S. S., & Velarde, G. C. (2018). Obesidade e sobrepeso em escolares: a importância do diagnóstico para subsidiar as iniciativas de promoção da saúde no espaço escolar. RBONE - Revista Brasileira De Obesidade, Nutrição E Emagrecimento, 12(74), 786-795. Recuperado de https://www.rbone.com.br/index.php/rbone/article/view/792
Seção
Artigos Cientí­ficos - Original

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