Circunferência do Pescoço como indicador de risco cardiometabólico

  • Anna Caroline Gambaro Programa de pós-graduação Lato Sensu em Farmácia Hospitalar, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Cascavel-PR, Brasil.
  • Ligiane Lourdes da Silva Programa de pós-graduação Lato Sensu em Farmácia Hospitalar, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Cascavel-PR, Brasil.
  • Mustafa Hassan Issa Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Foz do Iguaçu-PR, Brasil.
  • Suelem Tavares Penteado Programa de pós-graduação Lato Sensu em Farmácia Hospitalar, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Cascavel-PR, Brasil.
Palavras-chave: Resistência à insulina, Síndrome metabólica, Adiposidade, Antropometria, Doenças cardiovasculares

Resumo

Doenças Cardiovasculares (DCV) são uma das principais causas de óbitos em todo o mundo. Um dos parâmetros verificados ao avaliar o risco de um paciente em desenvolver DCV, são os indicadores antropométricos. A Circunferência do Pescoço (CP) aparece como uma alternativa por sofrer menos interferências externas. Objetivo: verificar a correlação da CP com os fatores de risco cardiometabólico em indiví­duos obesos. Materiais e métodos: A população foi composta por 68 pacientes de um serviço de obesidade e cirurgia bariátrica de um hospital de ensino. Coletaram-se exames laboratoriais, doenças prévias, bioimpedância e indicadores antropométricos, como circunferência abdominal e pescoço. Realizou-se a correlação linear bivariada de Pearson e análise de variância One-way ANOVA, através do software Statistica 13.0 ®. Resultados: dentre os 68 participantes, 85,29% eram do sexo feminino, com média de idade de 47,35 (±9,74) anos e IMC médio de 41,6 (±5,82). Dos 59 que apresentaram CP alterada, 72,06% possuí­am Hipertensão Arterial Sistêmica, 32,36% Diabetes mellitus, 20,59% dislipidemia e 32,36% apneia do sono. A CP correlacionou-se positivamente com os marcadores de sí­ndrome metabólica, principalmente quando avaliado resistência periférica a insulina. Conclusão: por ser um indicador fácil, barato e sofrer com menos interferentes externos, a CP pode ser utilizado como adjuvante na avaliação do risco cardiovascular do paciente obeso, considerando a correlação positiva com os marcadores de sí­ndrome metabólica e resistência periférica a insulina.

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Publicado
2020-05-16
Como Citar
Gambaro, A. C., da Silva, L. L., Issa, M. H., & Penteado, S. T. (2020). Circunferência do Pescoço como indicador de risco cardiometabólico. RBONE - Revista Brasileira De Obesidade, Nutrição E Emagrecimento, 13(81), 695-702. Recuperado de https://www.rbone.com.br/index.php/rbone/article/view/1043
Seção
Artigos Cientí­ficos - Original