Benefícios do consumo de carotenoides a partir de frutas nativas do Brasil: uma revisão de literatura

  • Amanda Bergmann Universidade Federal de Pelotas-UFPel, Brasil.
  • Diana de Araujo Eymael Universidade Federal de Pelotas-UFPel, Brasil.
  • Natália Rosa Gomes Universidade Federal de Pelotas-UFPel, Brasil.
  • Sabrina Feksa Frasson Universidade Federal de Pelotas-UFPel, Brasil.
  • Catia Silveira da Silva Universidade Federal de Pelotas-UFPel, Brasil.
Palavras-chave: Frutas, Compostos fenólicos, Antioxidantes, Alimentos funcionais

Resumo

Os corantes definem-se como substâncias que conferem cor aos alimentos e bebidas, podendo ser de origem natural ou sintética. A utilização de corantes naturais está crescendo devido à maior demanda do consumidor, pois atribuem diversos benefícios à saúde. As frutas nativas, além de benéficas são consideradas excelentes fontes de pigmentos naturais, podendo ser incluídas na alimentação, resultando em uma dieta diversificada e colorida. Já os carotenoides são compostos fenólicos, que pertencem a classe de pigmentos naturais, e são encontrados nas frutas, nos tons de amarelo, laranja e vermelho. O presente estudo trata-se de uma revisão de literatura científica sobre a importância dos carotenoides, considerados fontes de pigmentos naturais e provenientes de frutas nativas do Brasil, especificamente a acerola (Malpighia emarginata), guabiroba (Campomanesia xanthocarpa), maracujá (Passiflora edulis) e pitanga (Eugenia uniflora L.) assim como, os efeitos benéficos que estas frutas trazem à saúde.  Diversos estudos evidenciam que o consumo das frutas nativas, fontes de pigmentos apresentam propriedades funcionais. Dessa forma, conclui-se, que as frutas nativas fonte de carotenoides, além de serem utilizadas como corantes naturais, também conferem diversos efeitos nutracêuticos, com uma dose diária variando entre 9.000 a 18.000 μg/dia, podendo ser utilizada para a prevenção e tratamentos de diversas patologias.

Referências

-Almeida, A.P.; Rocha, D.M.U.P; Ferreira, L.M.; Novaes, J.F.; Hermsdorff, H.H.M. Consumo de carotenoides e polifenóis em indivíduos com risco cardiometabólico. Nutrición Clínica y Dietética Hospitalaria. Vol. 36. Num. 3. 2016. p.138-145.

-Alves, V.M.; Amorim, K.A.; Abreu, D.J. M.; Braga, L.P.; Moraes, I.A.; Damiani, C.; Silva, E.P. Carotenoides em casca, polpa e semente de guabiroba. XII Simpósio Latino-Americano de Ciência de Alimentos. SP, 2017. Disponível em: <https://proceedings.science/slaca/slaca-2017/trabalhos/carotenoides-em-casca-polpa-e-semente-de-guabiroba?lang=pt-br>.

-Araújo, F.F.; e colaboradores. Wild Brazilian species of Eugenia genera (Myrtaceae) as an innovation hotspot for food and pharmacological purposes. Food Research International. Vol. 121. 2019. p. 57-72.

-Amancio, R.D.; Silva, M.V. Consumo de carotenoides no Brasil: a contribuição da alimentação fora do domicílio. Segurança Alimentar e Nutricional. Vol. 19. Num. 2. 2012. p. 130-41.

-Bakr, R.O.; Mohamed, S.A.; Waly, N.E. Phytochemical and biological investigation of Eugenia uniflora L. cultivated in Egypt. Journal of Pharmacognosy and Phytotherapy. Vol. 9. 2017. p. 57-66.

-Barbosa-Filho, J.M.; Alencar, A.A.; Nunes, X.P.; Tomaz, A.C.A.; Senafilho, J.G.; Athayde-Filho, P.F.; Silva, M.S.; Souza, M.F.V.; Leitão Da Cunha, E.V. Sources of alpha-, beta-, gamma-, delta- and epsilon-carotenes: a twentieth century review. Revista Brasileira de Farmacognosia. Vol. 18. 2008. p. 135-154.

-Bernacci, l.C. Passifloraceae. In: Wanderley, M.G.L.; Shepherd, G.J.; Giulietti, A.M.; Melhem, T.S. (Ed.). Flora fanerogâmica do Estado de São Paulo. São Paulo: RiMa, FAPESP. Vol. 3. 2003. p. 247-248.

-Biavatti, M.W.; Farias, C.; Curtius, F.; Brasil, L.M.; Hort, S.; Schuster. L.; Leite, S.N.; Prado, S.R. Preliminary studiess on Campomanesia xanthorcarpa (Berg.) and Cuphea cathagenensis (Jacq.) J. F. Macbr. Aqueous extratct: weight control and biochemical parameters. Journal of Ethnopharmacol. Vol. 93. Num. 2-3. 2004. p. 385-389.

-Biazotto, K.R.; e colaboradores. Brazilian Biodiversity Fruits: Discovering Bioactive Compounds from Underexplored Sources. Journal of Agricultural and Food Chemistry. Vol. 67. Num. 7. 2019. p. 1860-1876.

-Celli, G.B.; Pereira-Netto, A.B.; Beta, T. Comparative analysis of total phenolic content, antioxidant activity, and flavonoids profile of fruits from two varieties of Brazilian cherry (Eugenia uniflora L.) throughout the fruit developmental stages. Food Research International. Vol. 44. 2011. p. 2442-2451.

-Celli, G.B.; Brooks, M.S-L. Impact of extraction and processing conditions on betalains and comparison of properties with anthocyanins - A current review. Food Research International. Vol. 100. 2017. p. 501-509.

-CETAP. Cetap Agricultura Ecologia. Frutas Nativas - alimentos locais, sabores e ingredientes especiais. Passo Fundo. 2016.

-Chau, C.F.; Huang, Y.L. Effects of the insoluble fiber derived from Passiflora edulis seed on plasma and hepatic lipids and fecal output. Molecular Nutrition & Food Research. Vol. 49. 2005. p. 786-790.

-Cheng, J.; Zheng, J.; Liu, Y.; Hao, P. Efficacy of traditional Chinese medication Tangminling pill in Chinese patients with type 2 diabetes. Bioscience Reports. Vol. 10. 2019.

-Córdova, K.R.V.; Gama, T.M.M.T.B.; Winter, C.M.G; Neto, G.K.; Freitas, R.J.S. Características físico-químicas da casca do maracujá amarelo (Passiflora edulis flavicarpa Degener) obtida por secagem. Boletim do Centro de Pesquisa de Processamento de Alimentos. Vol. 23. 2005. p. 221-230.

-Costa, A.G.V.; e colaboradores Bioactive compounds and health benefits of exotic tropical red - black berries. Journal of Functional Foods. Vol. 5. 2013. p. 539-549.

-Couto, A.B.B.; Aguiar, I.B.; Oliveira, C.S.; Gomes, F.S.; Freire Junior, M.; Cabral, L.M.C.; Leal J.R., W.F. Caracterização físico-química maracujá-amarelo (passiflora edulis fo. flavicarpa) cultivado em sistema orgânico e convencional. Embrapa Agroindústria de Alimentos. 2011.

-Donadio, L.C.; Môro, F.V.; Servidone, A.A. Frutas brasileiras. Jaboticabal. Ed. Novos Talentos. p. 288. 2002.

-EMBRAPA. Florestas: Valor nutricional da Guabiroba. Ministério da agricultura, pecuária e abastecimento. 2015. Disponível em: <https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/131712/1/2015-folder-guabiroba-ef.pdf>.

-EMBRAPA. Pequenas frutas. Compostos bioativos em frutas nativas amarelas - araçá, guabiroba, uvaia, maracujá e butiá. VI Encontro sobre Pequenas Frutas e Frutas Nativas do Mercosul. 2014. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/102758/1/40.pdf

-Feijó, A.M.; Bueno, M.E.N.; Ceolin, T.; Linck, C.L.; Schwartz, E.; Lange, C.; Meincke, S.M.K.; Heck, R.M.; Barbieri, R.L.; Heiden, G. Plantas medicinais utilizadas por idosos com diagnóstico de Diabetes mellitus no tratamento dos sintomas da doença. Revista Brasileira de Plantas Medicinais. Vol. 14. Num. 1. 2012. p. 50-56.

-Ferraz, J.V.; Lot, L. Fruta para consumo in natura tem boa perspectiva de renda. In Agrianual 2007: anuário da agricultura brasileira. Maracujá. São Paulo. FNP Consultoria e Comércio. p. 387-388. 2006.

-Ferreira, M.R.A.; Santiago, R.R.; Langassner, S.M.Z.; Mello, J.C.; Svidzinski, T.I.S.; Soares, L.A.L. Antifungal activity of medicinal plants from Northeastern Brazil. Journal of Medicinal Plants Research. Num. 7. 2013. p. 3008-3013.

-Franco, J.; Cartagena, J.R.; Correa, G.A. Estimating fruit pulp carotenoid content from shell color in gulupa (Passiflora edulis Sims). Corpoica: Ciencia y Tecnologia Agropecuaria. Vol. 14. Num. 2. 2013. p. 199-206.

-Freyre, M.R.; Baigorria, C.M.; Rozycki, V.R.; Bernardi, C.M.; Charpentier, M. Vegetales silvestres subexplotados del Chaco argentino y su potencial como recurso alimentício. Archivos Latinoamericanos de Nutricion. Vol. 50. 2000. p. 394-399.

-Guizilini, L.A. Atividade antioxidante de gabiroba e aplicação da polpa como ingrediente em sorvete. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-graduação em Ciência de Alimentos. Universidade Estadual de Londrina. 2010.

-Heim, K.E.; Tagliaferro, A.R.; Bobilya, D.J. Flavonoid antioxidants: chemistry, metabolism and structureactivity relationships. Journal of Nutritional Biochemistry. Vol. 13. 2002. p. 572-584.

-Ichimura, T.; Yamanaka, A.; Ichiba, T.; Toyokawa, T.; Kamada, Y.; Tamamura, T.; Maruyama, S. Antihypertensive effect of an extract of Passiflora edulis rind in spontaneously hypertensive rats. Bioscience, Biotechnology, and Biochemistry. Vol. 70. 2006. p. 718-721.

-Institute of Medicine. Panel on Dietary Antioxidants and Related Compounds. Dietary Reference Intakes for Vitamin C, Vitamin E, Selenium, and Carotenoids. Washington (DC): National Academies Press (US). Vol. 8. 2000. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK225469/>

-Kobori, C.N.; Jorge, N. Caracterização dos óleos de algumas sementes de frutas como aproveitamento de resíduos industriais. Ciência e Agrotecnologia. Vol. 29. 2005. p. 1008-1014.

-Krinsky, N.I.; Johnson, E.J. Carotenoid actions and their relation to health and disease. Molecular Aspects of Medicine. Vol. 26. Num. 6. 2005. p. 459-516.

-Lima, A.A. Maracujá produção: introdução. In Lima, A.A. (Ed.). Maracujá produção: aspectos técnicos. Brasília: Embrapa. Informação Tecnológica. p.9. 2002.

-Lima, V.; Mélo, E.; Lima, D. Fenólicos e carotenoides totais em pitanga. Scientia Agricola. Vol. 59. 2002. p. 447-450.

-Markman, B.E.O.; Bacchi, E.M.; Kato, E.T.M. Antiulcerogenic effects of Campomanesia xanthocarpa. Journal of Ethnopharmacology Vol. 94. Num. 1. 2004. p. 55-57.

-Mercadante, A.Z.; Britton, G.; Rodriguez-Amaya, D.B. Carotenoids from yellow passion fruit (Passiflora edulis). Journal of Agricultural and Food Chemistry. Vol. 46. 1998. p. 4102-4106.

-Mesquita, S.S.; Teixeira, C.M.L.L.; Servulo, E.F.C. Carotenoides: Propriedades, Aplicações e Mercado. Revista Virtual de Química. Vol. 9. Num. 2. 2017. p. 672-688.

-Milani, A.; e colaboradores. Carotenoids: biochemistry, pharmacology and treatment. British Journal of Pharmacology. Vol. 174. Num. 11. 2017. p. 1290-1324.

-Moritz, D.E. Produção do Pigmento Monascus Por Monascusruber CCT 3802 em Cultivo Submerso. Tese de Doutorado em Engenharia Química. Departamento de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis. 2005.

-Moura, G.S.; Oliveira, I.J.D.; Bonome, L.T.D.S.; Franzener, G. Eugenia uniflora L.: potential uses as a bioactive plant. Arquivos do Instituto Biológico. 2018.

-Nachbar, F.R.F. Compostos bioativos presentes em cultivares de maracujá. TCC de graduação em Farmácia-Bioquímica da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Araraquara. da Universidade Estadual Paulista. 2013.

-Negri, T.C.; Berni, P.R.A.; Brazaca, S.G.C. Valor nutricional de frutas nativas e exóticas do Brasil. Biosaúde. Vol. 18. Num. 2. 2016.

-Puricelli, L.; Dellaica, I.; Sartor, L. Preliminary evaluation of inhibition of matrix-metalloprotease MMP-2 and MMP-9 by Passiflora edulis and P. foetida aqueous extracts. Fitoterapia. Vol. 74. 2003. p. 302-304.

-Ramos, E.R.F. O uso de Passiflora spp. no controle do Diabetes mellitus: estudo qualitativo preliminar. Monografia de Conclusão de Curso de Farmácia. Centro Universitário de Maringá. 2004.

-Ribeiro, D.P.; São José, A.R.; Bomfim, M.P.; Jesus, J.S.; Jesus, J.S. Teor de carotenoides e características pós-colheita de frutos de Passiflora setacea D. C. Revista Iberoamericana de Tecnología Postcosecha. Vol. 15. Num. 2. 2014. p. 145-152.

-Rizzi, L.C.; Rabello, L. A.; Morozini Filho, W.; Savasaki, E.T.; Kavati, R. Cultura do maracujá-azedo. Campinas: Coordenadoria de Assistência Técnica Integral, SAA, 1998. 23 p. Boletim Técnico. 235.

-Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde. Portaria nº 540, de 27 de outubro de 1997. Aprova o regulamento técnico: aditivos alimentares - definições, classificação e emprego. Diário oficial da República Federativa do Brasil. Brasília-DF. 28/10/1997.

-Seelinger, G.; Merfort, I.; Schempp, C.M. Anti-oxidant, anti-inflammatory and anti-allergic activities of luteolin. Planta Médica. Vol. 74. 2008. p. 1667-1677.

-Sepúlveda, E.; Sáenz, C.; Navarrete, A.; Rustom, A. Parámetros de color del jugo de granadilla (Passiflora edulis Sims): influência de la época de cosecha de la fruta. Food Science and Technology International. Vol. 2. 1996. p. 29-33.

-Sluijs, I.; e colaboradores. Nutrition Metabolism & Cardiovascular Diseases Dietary intake of carotenoids and risk of type 2 diabetes. Nutrition, Metabolism and Cardiovascular Diseases. Vol. 25. Num. 4. 2015. p. 376-381.

-Sobeh, M.; e colaboradores. Chemical profiling of secondary metabolites of Eugenia uniflora and their antioxidant, anti-inflammatory, pain killing and anti-diabetic activities: A comprehensive approach. Journal of Ethnopharmacology. Vol. 240. 2019. p. 111939.

-Vallilo, M.I.; Bustilos, O.V.; Aguiar, O.T. Identificação de terpenos no óleo essencial dos frutos de Campomanesia adamantium (Cambessédes) O. Berg MYRTACEAE. Revista do Instituto Florestal. Vol. 18. Num. Único. 2006a. p. 15-22.

-Van Kappel, A.L.; Steghens, J.P.; Zeleniuch-Jacquotte, A.; Chajès, V.; Toniolo, P.; Riboli, E. Serum carotenoids as biomarkers of fruit and vegetable consumption in the New York Women's Health Study. Public Health Nutrition. Vol. 4. Num. 3. 2001. p. 829-35.

-Vasco, C.; Ruales, J.; Kamal-Eldin, A. Total phenolic compounds and antioxidant capacities of major fruits from Ecuador. Food Chemistry. Vol. 111. 2008. p. 816-823.

-Von Elbe, J.H.; Schwartz, S.J. Colorants. In: Fennema O. (ed.) Food Chemistry, New York: Marcel Dekker Inc. 1996. p. 674-681.

-Woodside, J.V.; e colaboradores. Carotenoids and health in older people. Maturitas. Vol. 80. Num. 1. 2015. p. 63-68.

-Zeraik, M.L.; Yariwake, J.H. Quantification of isoorientin and total flavonoids in Passiflora edulis fruit pulp by HPLC-UV/DAD. Microchemical Journal. 2010.

Publicado
2022-07-08
Como Citar
Bergmann, A., Eymael, D. de A., Gomes, N. R., Frasson, S. F., & Silva, C. S. da. (2022). Benefícios do consumo de carotenoides a partir de frutas nativas do Brasil: uma revisão de literatura. RBONE - Revista Brasileira De Obesidade, Nutrição E Emagrecimento, 15(97), 1158-1168. Recuperado de https://www.rbone.com.br/index.php/rbone/article/view/1456
Seção
Artigos Científicos - Revisão