Consumo de alimentos ultraprocessados e perfil nutricional da alimentação de gestantes de um município do nordeste brasileiro
Resumo
Portanto, a disponibilidade adequada de nutrientes e uma dieta balanceada são essenciais. Objetivo: Este estudo avaliou o consumo alimentar de nutrientes e alimentos in natura, minimamente processados, processados e ultraprocessados por gestantes atendidas pela Estratégia Saúde da Família no município de Picos-PI. Materiais e Métodos: Para tanto, foram incluídas 50 gestantes de 8 diferentes unidades da ESF. A avaliação do consumo alimentar foi realizada por meio da aplicação de dois recordatórios alimentares de 24 horas em dias alternados. Os recordatórios foram analisados com base em diferentes composições da mesa e os alimentos foram agrupados de acordo com a classificação NOVA e o Guia Alimentar para a População Brasileira. Resultados e Discussão: As gestantes avaliadas tinham entre 18 e 42 anos. O consumo calórico médio foi de 11.962 kcal/dia, porém identificou-se inadequações no consumo de carboidratos, proteínas, vitamina E, folato, cálcio e ferro. Quanto aos grupos de alimentos consumidos, os alimentos ultraprocessados apresentaram contribuição expressiva, correspondendo a 21,05% do consumo calórico médio total. Maior ingestão de lipídios, gordura saturada, tiamina, cálcio e sódio foi observada no grupo ultraprocessado. No entanto, as gestantes que recebem auxílio do governo consumiram menos alimentos ultraprocessados. Conclusão: Concluímos que as gestantes apresentam um consumo inadequado de macronutrientes e micronutrientes durante a gestação, incluindo consumo significativo de alimentos ultraprocessados que influenciam diretamente na maior ingestão de lipídios, gordura saturada e sódio.
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