Padrões dietéticos e sua associação com indicadores socioeconômicos e comportamentais entre adolescentes de Pernambuco
Resumo
Introdução: Os aspectos envolvidos na escolha de um padrão alimentar na adolescência precisam ser compreendidos para o enfrentamento do excesso de peso. Objetivo: Buscou-se identificar os padrões dietéticos e sua associação com indicadores socioeconômicos e comportamentais entre adolescentes no estado de Pernambuco. Materiais e Métodos: Estudo transversal com 117 participantes da IV Pesquisa Estadual de Saúde e Nutrição de Pernambuco. Foram obtidos dados socioeconômicos, de segurança alimentar, antropométricos e do estilo de vida. O consumo habitual foi obtido através de um questionário de frequência alimentar. Os itens foram agregados em 15 grupos e os padrões foram identificados pela análise fatorial. As associações foram testadas com a regressão logística. Resultados: Os três padrões retidos: “Ocidental”, “Misto” e “Tradicional”, explicaram 42,4% da variância. Pertencer as classes B2, C1 e C2 (p=0,005) elevou a chance de aderir ao padrão “Ocidental”. Adolescentes em insegurança leve (p=0,09) e insatisfeitos com o peso (p=0,01) tiveram maior adesão ao padrão “Misto”. Aqueles que residiam em área rural (p=0,07) e tinham domicílios com mais de 6 moradores (p=0,07) aderiram ao padrão “Tradicional”. Conclusão: Os achados revelam a pluralidade de indicadores que influenciam a escolha dos padrões dietéticos na adolescência.
Referências
-AAP. American Academy of Pediatrics. American Academy of Pediatrics: children, adolescents, and television. J Pediatrics. Vol. 107. Num. 2. 2001. p. 423-426.
-ABEP. Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa. Critério Brasil de avaliação econômica. São Paulo. ABEP. 2013.
-Abizari, A.R.; Ali, Z. Dietary patterns and associated factors of schooling Ghanaian adolescents. J Health Popul Nutr. Vol. 38. Num. 1. 2019. p. 1-10.
-Alves, M.A.; Souza, A.M.; Barufaldi, L.A.; Tavares, B.M.; Bloch, K.V.; Vasconcelos, F.A.G. Dietary patterns of Brazilian adolescents according to geographic region: an analysis of the Study of Cardiovascular Risk in Adolescents (ERICA). Cad. Saúde Pública. Vol. 35. Num. 6. 2019. p. e00153818.
-Brasil. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Marco de referência de educação alimentar e nutricional para as políticas públicas. Brasília. MDS. 2012.
-Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Orientações para avaliação de marcadores de consumo alimentar na atenção básica. Brasília: Ministério da Saúde. 2015.
-Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Orientações para a coleta e análise de dados antropométricos em serviços de saúde: Norma Técnica do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional-SISVAN. Brasília: Ministério da Saúde. 2011.
-Batista Filho, M.; Rissin, A. A transição nutricional no Brasil: tendências regionais e temporais. Cad. Saúde Pública. Vol.19. 2003. p. S181-S191.
-Bentham, J.; Di Cesare, M.; Bilano, V.; Boddy, L.M. Worldwide trends in children's and adolescents' body mass index, underweight and obesity, in comparison with adults, from 1975 to 2016: a pooled analysis of 2,416 population-based measurement studies with 128.9 million participants. Lancet. Vol. 390. Num. 10113. 2017. p. 2627-2642.
-Borges, C.A.; Slater, B.; Santaliestra-pasías, A.M.; Mouratidou, T.; Huybrechts, I; Widhalm, K.; Gottrand, F.; Manios, Y.; Jimenez-Pavón, D.; Valtueña, J.; Le Donne, C.; Marcos, A.; Molnar, D.; Castillo, M.J.; Henauw, S.; Moreno, L.A. Dietary patterns in European and Brazilian adolescents: comparisons and associations with socioeconomic factors. Nutrients. Vol. 10. Num. 1. 2018. p. 57.
-Cardozo, D.R.; Rossato, S.L.; Costa, V.M.H.M.; Oliveira, M.R.M.; Almeida, L.M.M.C.; Ferrante, V.L.S.B. Padrões alimentares e (in) segurança alimentar e nutricional no Programa Bolsa Família. Interações. Vol. 21. Num. 2. 2020. p. 363-377.
-Chen, L.; Zhu, H.; Gutin, B.; Dong, Y. Race, gender, family structure, socioeconomic status, dietary patterns, and cardiovascular health in adolescents. Curr. Dev. Nutr. Vol. 3. Num. 11. 2019. p. nzz117.
-Costa, D.V.P.; Lopes, M.S.; Mendonça, R.D.; Malta, D.C.; Freitas, P.P.; Lopes, A.C.S. Diferenças no consumo alimentar nas áreas urbanas e rurais do Brasil: Pesquisa Nacional de Saúde. Ciênc. Saúde Colet. Vol. 2. Num. 26. 2021. p. 3805-3813.
-Cutler, G.J.; Flood, A.; Hannan, P.; Neumark-Sztainer, D. Multiple sociodemographic and socioenvironmental characteristics are correlated with major patterns of dietary intake in adolescents. J. Am. Diet. Assoc. Vol. 111. Num. 2. 2011. p. 230-240.
-Frank, R.; Claumann, G.S.; Felden, E.P.; Silva, D.A.; Pelegrini, A. Body weight perception and body weight control behaviors in adolescents. J. Pediatr. Vol. 94. Num. 1. 2018. p. 40-47.
-Furlan-Viebig, R.; Pastor-Valero, M. Development of a food frequency questionnaire to study diet and non-communicable diseases in adult population. Rev. saúde pública. Vol. 38. Num. 4. 2004. p. 581-584.
-Hair, J.F.; Black, W.C.; Babin, B.J.; Anderson, R.E.; Tathan, R.L. Análise multivariada de dados. Bookman editora. 2009.
-IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de orçamentos familiares 2008-2009: Análise do consumo alimentar pessoal no Brasil. Rio de Janeiro. IBGE. 2011.
-IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa nacional de saúde do escolar 2015. Rio de Janeiro. IBGE. 2016. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv97870.pdf. Acesso em: 19/10/2023.
-Leal, V.S.; Lira, P.I.C.; Oliveira, J.S.; Menezes, R.C.; Sequeira, L.A.S.; Neto, M.A.A.; Andrade, S.L.L.S.; Batista Filho, M. Excesso de peso em crianças e adolescentes no Estado de Pernambuco, Brasil: prevalência e determinantes. Cad. Saúde Pública. Vol. 28. Num. 6. 2012. p. 1175-1182.
-Levy, R.B.; Castro, I.R.R.; Cardoso, L.O.; Tavares, L.F.; Sardinha, L.M.V.; Gomes, F.S.; Costa, A.W.N. Food consumption and eating behavior among brazilian adolescents: National Adolescent School-based Health Survey (PeNSE), 2009. Ciênc. Saúde Colet. Vol. 2. Num. 15. 2010. p. 3085.
-Mascarenhas, J.M.O.; Silva, R.C.R.; Assis, A.M.O.; Santana, M.L.P.; Moraes, L.T.L.P.; Barreto, M.L. Identification of food intake patterns and associated factors in teenagers. Rev. Nutr. Vol. 27. Num. 1. 2014. p. 45-54.
-Matias, T.S.; Silva, K.S.; Silva, J.A.; Mello, G.T.; Salmon, Jo. Clustering of diet, physical activity and sedentary behavior among Brazilian adolescents in the national school-based health survey (PeNSE 2015). BMC public health. Vol. 18. Num. 1. 2018. p. 1-9.
-Matsudo, S.; Araújo, T.; Matsudo, V.; Andrade, D.; Andrade, E.; Oliveira, L.C.; Braggion, G. International physical activity questionnaire (IPAQ): study of validity and reliability in Brazil. Rev Bras ativ fis saúde. Vol. 6. Num. 2. 2001. p. 5-18.
-Nestle, M. Uma verdade indigesta: como a indústria alimentícia manipula a ciência do que comemos. São Paulo: Editora Elefante, 2019.
-Neta, A.C.P.A.; Steluti, J.; Ferreira, F.E.L.L.; Farias Junior, J.C.; Marchioni, D.M.L. Padrões alimentares de adolescentes e fatores associados: estudo longitudinal sobre comportamento sedentário, atividade física, alimentação e saúde dos adolescentes. Ciênc. Saúde Colet. Vol. 26. Suppl. 2. 2021. p. 3839-3851.
-Newby, P.; Tucker, K.L. Empirically derived eating patterns using factor or cluster analysis: a review. Nutr. Rev. Vol. 62. Num. 5. 2004. p. 177-203.
-Northstone, K.; Smith, A.D.; Cribb, V.L.; Emmett, P.M. Dietary patterns in UK adolescents obtained from a dual-source FFQ and their associations with socio-economic position, nutrient intake and modes of eating. Public Health Nutr. Vol. 17. Num. 7. 2014. p. 1476-1485.
-Onis, M.; Onyango, A.W.; Borghi, E.; Siyam, A.; Nishida, C.; Siekmann, J. Development of a WHO growth reference for school-aged children and adolescents. Bulletin of the World health Organization. Vol. 85. Num. 9. 2007. p. 660-667.
-Pinho, L.; Silveira, M.F.; Botelho, A.C.C.; Caldeira, A.P. Identification of dietary patterns of adolescents attending public schools. J Pediatr. Vol. 90. Num. 2. 2014. p. 267-272.
-Sardinha, L.; Januzzi, P.; Cunha, J.; Pinto, A. Escala Brasileira de Insegurança Alimentar–EBIA: análise psicométrica de uma dimensão da Segurança Alimentar e Nutricional. Ministério do Desenvolv Soc e Combat à Fome. Vol. 1. 2014. p. 1-15.
-Seyyedin, B.; Rezazadeh, A.; Omidvar, N.; Zayeri, F.; Nouri-Saeedlou, S. Association of Major Dietary Patterns and Overweight/Obesity in Female Adolescents Living in North West of Iran. Int. J. Pediatr. Vol. 8. Num. 11. 2020. p. 12487-12501.
-Slining, M.M.; Popkin, B.M. Trends in intakes and sources of solid fats and added sugars among US children and adolescents: 1994–2010. Pediatr. Obes. Vol. 8. Num. 4. 2013. p. 307-324.
-Souza, N.P.; Leal, V.S.; Santana, S.C.S.; Oliveira, J. S.; Costa, E.C.; Lira, P.I.C. Atlas da Situação Alimentar e Nutricional em Pernambuco: ECOASUS-PE. Vol.1. 2021.
-Stroebele, N.; Castro, J.M. Television viewing is associated with an increase in meal frequency in humans. Appetite. Vol. 42. Num. 1. 2004. p. 111-113.
-Van Den Bulck, J.; Van Mierlo, J. Energy intake associated with television viewing in adolescents, a cross sectional study. Appetite. Vol. 43. Num. 2. 2004. p. 181-184.
-Vitolo, M.R. Nutrição da gestação ao envelhecimento. 2 ed. Rio de Janeiro: Editora Rubio, 2015. p. 568.
-WHO. World Health Organization. Global recommendations on physical activity for health. Genebra: WHO, 2010.
-WHO. World Health Organization. Salud para los adolescentes del mundo. Una segunda oportunidad en la segunda década. Genebra. WHO. 2014.
Copyright (c) 2024 Maria José Laurentina do Nascimento Carvalho, Poliana Coelho Cabral, Pedro Israel Cabral de Lira, Nathália Paula de Souza, Nathalia Barbosa de Aquino, Vanessa Sá Leal, Paola Frassinette de Oliveira Albuquerque Silva, Malaquias Batista Filho
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam neste periódico concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem ao periódico o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License BY-NC que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada neste periódico (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citaçao do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).