Privação de sono em mulheres no climatério
Resumo
Objetivo: analisar a relação da privação do sono com as comorbidades acometidas em mulheres acima de 50 anos na pós-menopausa participantes de um grupo de atividade física no Sul do Brasil. Materiais e Métodos: estudo transversal realizado com 320 mulheres participantes do Projeto Conviver de Caxias do Sul. Como critério de inclusão considerou-se as mulheres com 50 anos ou mais. Foi aplicado um questionário epidemiológico e realizada avaliação antropométrica de todas as mulheres entrevistadas. Na análise bivariada, para verificar a associação das variáveis independentes com o desfecho, foi utilizado o teste Qui-Quadrado, com p-valor de Pearson para heterogeneidade de proporções para variáveis categóricas dicotômicas e nominais e p-valor de Tendência Linear para variáveis categóricas ordinais. Resultados: A média de horas de sono foi de 8,6h, o mínimo de horas de sono foi de 4 e o máximo de 13 horas. A prevalência de privação de sono (≤6 horas) foi de 5,6%. A maior parte da amostra 72,2% dormiam de 7 a 9 horas e 22,2% dormiam mais de 10 horas. A privação de horas de sono em mulheres com uma ou nenhuma gestação foi significativa, em relação a mulheres que tiveram três ou mais gestações, assim como o uso de medicamentos para Diabetes Mellitus (DM) foi significativamente superior àquelas mulheres que dormiam menos, em relação a mulheres que não faziam o uso de medicamentos. Conclusão: em nosso estudo, foi observado que a prevalência de privação de sono (≤6 horas) em mulheres foi associada à gestação e à presença de diabetes.
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