Tendência temporal da prevalência de obesidade grau I, grau II e grau III no Brasil, 2006-2019

  • Victor Manuel Arocena Canazas Universidade Federal do Amapá - UNIFAP
Palavras-chave: Peso corporal; Índice de Massa Corporal; Obesidade; Estudos de Séries Temporais

Resumo

A obesidade é um fator de risco e uma doença cuja prevalência vem aumentando no mundo. Objetivo: Descrever a tendência temporal da prevalência de obesidade grau I, grau II e grau III em adultos no Brasil entre 2006 e 2019 estratificada por sexo e idade. Materiais e Métodos: Estudo transversal a partir de dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL). A obesidade graus I, II e III foi classificada utilizando-se o índice de Massa Corporal: 30,0-34,9 kg/m2, 35,0-39,9 kg/m2 e ≥40,0 kg/m2, respectivamente. Foram estimadas prevalências de obesidade graus I, II e III estratificadas por sexo e grupos de idade. Para modelagem das prevalências foi utilizado o modelo de regressão de Prais-Winsten. Resultados: Entre 2006 e 2019, a prevalência de obesidade graus I, II e III aumentou, respectivamente em ambos os sexos e grupos de idade, sendo em homens o aumento de 8,8% a 14,7%, de 1,7% a 3,4% e de 0,9% a 1,3%; e nas mulheres de 8,5% a 14,5%, de 2,5% a 4,3% e de 1,3% a 2,2%. Conforme a idade, houve aumento em ambos os sexos, com tendência a diminuir nos últimos grupos. Em 2019, 5.2 milhões, 1.3 milhões e 634,2 mil pessoas, foram classificadas como obesas graus I, II e III, respectivamente. Conclusão: Verifica-se aumento da prevalência de obesidade graus I, II e III, segundo sexo e idade, particularmente obesidade grau I.

Referências

-Antunes, J.L.F.; Cardoso, M.R.A. Uso da análise de séries temporais em estudos epidemiológicos. Epidemiologia e Serviços de Saúde. Brasília. Vol. 24. Num. 3. 2015. p. 565-576.

-Bernal, R.T.I.; Malta, D.C.; Iser, B.P.M.; Monteiro, R.A. Método de projeção de indicadores das metas do Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis no Brasil segundo capitais dos estados e Distrito Federal. Epidemiologia e Serviços de Saúde, Brasília. Vol. 25. Num. 3. 2016. p. 455-466.

-Cai, Q.; Chen, F.; Wang, T.; Luo, F.; Liu, X.; Wu, Q.; He, Q.; Wang, Z.; Liu, Y.; Liu, L.; Chen, J.; Xu, L. Obesity and COVID-19 Severity in a designated hospital in Shenzhen, China. Diabetes Care. Vol. 43. 2020. p. 1392-1398.

-Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (CAISAN). Estratégia intersetorial de prevenção e controle da obesidade: recomendações para estados e municípios. Brasília. CAISAN, 2014. Acesso em: 15/07/2020. Disponível em: https://issuu.com/informecaisan/docs/estratprevcontobesidade_2014

-Ervatty, L.R.; Borges, G.M.; Jardim, A.P. (Org.). Instituto Nacional de Geografia e Estatística. Mudança demográfica no Brasil, no início do século XXI. Subsídios para as projeções da população. Estudos & Análises 3. Rio de Janeiro. 2015. p. 1-156.

-Flegal, K.M.; Carroll, M.D.; Kuczmarski, R.J.; Johnson, C.l. Overweiht and obesity in the United States: prevalence and trends, 1960-1994. International Journal of Obesity. Vol. 22. Num. 1. 1998. p. 39-47.

-Gao, F.; Zheng, K.I.; Wang, X-B.; Sun, Q-F.; Pan, K-H.; Wang, T-Y.; Chen, Y-P.; Targher, G.; Dyrne, C. D.; George, J.; Zheng, M-H. Obesity is a risk factor for greater COVID-19 Severity. Diabetes Care. Vol. 43. 2020.

-Hallal, P.C.; Reis, R.S.; Parra, D.C.; Hoehner, C.; Brownson, R.C.; Simões, E.J. Association Between Perceived Environmental Attributes and Physical Activity Among Adults in Recife, Brazil. Journal of Physical Activity and Health. Vol. 7. 2010. Suplemento 2. p. S213-S222.

-Katzmarzyk, P.T, Mason, C. Prevalence of class I, II and III obesity in Canadá. Canadian Medical Association Journal (CMAJ). Vol. 174. Num. 2. 2006. p. 156-157.

-Keating, C.; Backholer, K.; Gearom, E.; Stevenson, Ch.; Swinburn, B.; Moodie, M.; Carter, R.; Peeters, A. Prevalence of class-I, class-II and class-III obesity in Australian adults between 1995 and 2011-2012. Obesity Research Ɛt Clinical Practice. Vol. 9. 2015. p. 553-562. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1871403X15000241

-Kumanyika, S.K.; Obarzanek, E.; Stettler, N.; Bell, R.; Field, A. E.; Fortmann, S.P.; Franklin, B.A.; Gillman, M.W.; Lewis, C.E.; Poston, W.C.; Stevens, J.; Hong, Y. Population-Based Prevention of Obesity. The Need for Comprehensive Promotion of Healthful Eating, Activity, and Energy Balance. A Scientific Statement From American Heart Association Council on Epidemiology and Prevention, Interdisciplinary Committee for Prevention. Circulation. Vol. 118. 2008. p. 428-464. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/18591433/

-Ministério da Saúde. Plano de ações estratégicas para o enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) no Brasil, 2011-2022. Departamento de Análise de Situação de Saúde. Brasília. 2011. Acesso em: 15/07/2020. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/plano_acoes_enfrent_dcnt_2011.pdf

-Ministério da Saúde. Vigitel Brasil 2012: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico: estimativas sobre frequência e distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal em 2012. Brasília. 2013. Acesso em: 15/07/2020. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/vigitel_brasil_ 2012.pdf

-Ministério da Saúde. Vigitel Brasil 2019: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico: estimativas sobre frequência e distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal em 2019. Brasília. 2020. Acesso em 15/07/2020. https://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2020/April/27/ vigitel-brasil-2019-vigilancia-fatores-risco.pdf

-National Center for Health Statistics. Health, United States, 2018. Hyattsville, MD. 2019. Acesso em: 15/07/2020. Disponível em: https://www.cdc.gov/nchs/data/hus /2017/058.pdf

-Silva, F.M.O.; Novaes, T.G.; Ribeiro, A.Q.; Longo, G.Z.; Pessoa, M.C. Fatores ambientais associados à obesidade em população adulta de um município brasileiro de médio porte. Cadernos de Saúde Pública. Rio de Janeiro. Vol. 35. Num. 5. 2019. p. 1-14.

-Twells, L.K.; Gregory, D.M.; Reddigan, J.; Midodzi, W.K. Current and predicted prevalence of obesity in Canada: a trend analysis. Canadian Medical Association Journal (CMAJ Open). Vol. 2. Num. 1. 2014. p. 18-26.

-Velásquez-Meléndez, G.; Mendes, L.L.; Padez, C.M.P. Built environment and social environment: associations with overweight and obesity in a sample of Brazilian adults. Cadernos de Saúde Pública. Rio de Janeiro. Vol. 29. Num. 10. 2013. p. 1988-1996.

-World Health Organization. Diet, nutrition and the prevention of chronic diseases. Who Technical Report Series 916. World Health Organization. Geneva 2003. Acesso em: 15/07/2020. Disponível em: https://www.who.int/dietphysicalactivity/publications/ trs916/en/

-World Health Organization. Global Status Report on noncommunicable diseases. Genebra, 2010. Acesso em: 15/07/2020. Disponível em: https://www.who.int/nmh/ publications/ncd-status-report-2014/en/

-World Health Organization. Global status report on noncommunicable diseases. Country Profiles 2018. Genebra. 2018. Acesso em: 15/07/2020. Disponível em: https://www.who.int/nmh/publications/en/

-World Health Organization. Global Status Report on noncommunicable diseases. Genebra, 2014. Acesso em: 15/07/2020. Disponível em: https://www.who.int/nmh/ publications/ncd-status-report-2014/en/

-World Health Organization. Global strategy on diet, physical activity and health. 2004. Acesso em: 15/07/2020. Disponível em: https://www.who.int/nmh/wha/59/dpas/en/

-World Health Organization. Obesity: Preventing and managing the global epidemic. Report of a World Health Organization Consultation. WHO Obesity Technical Report Series 894. 2000. Acesso em: 15/07/2020. Disponível em: https://www.who.int/nutrition/publications/obesity/WHO_TRS_894/en/

Publicado
2022-02-07
Como Citar
Arocena Canazas, V. M. (2022). Tendência temporal da prevalência de obesidade grau I, grau II e grau III no Brasil, 2006-2019. RBONE - Revista Brasileira De Obesidade, Nutrição E Emagrecimento, 14(91), 1314-1323. Recuperado de https://www.rbone.com.br/index.php/rbone/article/view/1559
Seção
Artigos Cientí­ficos - Original