Respostas cardiovasculares durante o teste de caminhada de seis minutos em mulheres obesas

  • Júlia Lopes França Universidade do Estado de Minas Gerais, Unidade Divinópolis, Departamento de Fisioterapia, Divinópolis, Minas Gerais, Brasil.
  • Júlia Silva de Souza Universidade do Estado de Minas Gerais, Unidade Divinópolis, Departamento de Fisioterapia, Divinópolis, Minas Gerais, Brasil.
  • Dayanne Silvério de Andrade Universidade do Estado de Minas Gerais, Unidade Divinópolis, Departamento de Fisioterapia, Divinópolis, Minas Gerais, Brasil.
  • Amanda da Silva Pereira Universidade do Estado de Minas Gerais, Unidade Divinópolis, Departamento de Fisioterapia, Divinópolis, Minas Gerais, Brasil.
  • Layra Fernanda Martins Universidade do Estado de Minas Gerais, Unidade Divinópolis, Departamento de Fisioterapia, Divinópolis, Minas Gerais, Brasil.
  • Amanda Aparecida Ferreira Universidade do Estado de Minas Gerais, Unidade Divinópolis, Departamento de Fisioterapia, Divinópolis, Minas Gerais, Brasil.
  • Caroline de Paula Gomes Universidade do Estado de Minas Gerais, Unidade Divinópolis, Departamento de Fisioterapia, Divinópolis, Minas Gerais, Brasil.
  • Helton Oliveira Campos Universidade do Estado de Minas Gerais, Unidade Carangola, Departamento de Ciências Biológicas, Carangola, Minas Gerais, Brasil.
Palavras-chave: Obesidade, Desempenho físico, Respostas hemodinâmicas

Resumo

O objetivo do estudo foi avaliar as respostas cardiovasculares durante o teste de caminhada de seis minutos (TC6') em mulheres obesas. Para isto a amostra foi composta por 69 voluntárias, que foram divididas em três grupos baseando-se no índice de massa corporal: 1) massa corporal normal (n=16); 2) sobrepeso (n=36) e 3) obeso (n=17). Todas as voluntárias realizaram o TC6' e durante o teste foram determinados a pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD), a frequência cardíaca (FC), e a distância percorrida. O grupo obeso apresentou uma resposta exacerbada da PAS (normal: 136,6 ± 4,8 mmHg vs. sobrepeso: 131,1 ± 2,8 mmHg vs. obeso: 156,5 ± 5,8 mmHg; p<0,05) e da PAD (normal: 80,0 ± 1,6 mmHg vs. sobrepeso: 82,2 ± 1,4 mmHg vs. obeso: 88,2 ± 3,0 mmHg; p<0,05) durante o teste de caminha de 6 minutos, enquanto apresentaram FC (normal: 101,8 ± 4,5 bpm vs. sobrepeso: 102,5 ± 3,1 bpm vs. obeso: 109,2 ± 4,2 bpm; p>0,05) semelhante aos outros grupos. Além disso, os três grupos caminharam a mesma distância durante o teste, indicando capacidade física submáxima semelhante (normal: 442,8 ± 20,5 m vs. sobrepeso: 433,4 ± 10,4 m vs. obeso: 422,9 ± 18,6 m; p>0,05). Conclui-se que as mulheres obesas apresentaram uma resposta pressórica sistólica e diastólica exacerbada e frequência cardíaca semelhante aos grupos normal e sobrepeso durante o TC6’, apesar de apresentarem desempenho físico semelhante aos outros grupos.

Referências

-ATS. Committee on Proficiency Standards for Clinical Pulmonary Function Laboratories. ATS statement: guidelines for the six-minute walk test. American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine. Nova York. Vol. 166. Num. 1. 2002. p. 111-7.

-Barnes, L.T.; Elder, C.L.; Pujol, T.J. Overweight and obese adults: pathology and treatment. Strengh and Conditioning Journal. Philadelphia. Vol. 26. Num. 3. 2004. p. 64-65.

-Beriault, K.; Carpentier, A.C.; Gagnon, C.; Ménard, J.; Baillargeon, J.P.; Ardilouze, J.L.; Langlois, M.F. Reproducibility of the 6-minute walk test in obese adults. International Journal of Sports Medicine. Stuttgart. Vol. 30. Num. 10. 2009. p. 725-7.

-Blüher, M. Obesity: global epidemiology and pathogenesis. Nature Reviews: Endocrinology. Londres. Vol. 15. Num. 5. 2019. p. 288-98.

-Costa, D.; Barbalho, M.C.; Miguel, G.P.S.; Forti, E.M.P.; Azevedo, J.L.M.C. The impact of obesity on pulmonary function in adult women. Clinics. São Paulo. Vol. 63. Num. 6. 2008. p. 719-24.

-Donnelly, J.E.; Blair, S.N.; Jakicic, J.M.; Manore, M.M.; Rankin, J.W.; Smith, B.K.; American College of Sports Medicine. American College of Sports Medicine Position Stand. Appropriate physical activity intervention strategies for weight loss and prevention of weight regain for adults. Medicine and Science in Sports and Exercise. Vol. 41. Num. 2. 2009. p. 459-71.

-Ekman, M.J.; Klintenberg, M.; Björck, U.; Norström, F.; Ridderstråle, M. Six-minute Walk Test Before and After a Weight Reduction Program in Obese Subjects. Obesity. Vol. 21. Num. 3. 2013. p. E236-43.

-Engin, A. The Definition and Prevalence of Obesity and Metabolic Syndrome. Advances in Experimental Medicine and Biology. Vol. 960. 2017. p. 1-17.

-Faintuch, J.; Souza, S.A.F.; Valezi, A.C.; Sant’Anna, A.F.; Rodrigues, J.J.G. Pulmonary Function and Aerobic Capacity in Asymptomatic Bariatric Candidates With Very Severe Morbid Obesity. Revista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo. São Paulo. Vol. 59. Num. 4. 2004. p. 181-6.

-Gloy, V.L.; Briel, M.; Bhatt, D.L.; Kashyap, S.R.; Schauer, P.R.; Mingrone, G.; Bucher, H.C.; Nordmann, A.J. Bariatric surgery versus non-surgical treatment for obesity: a systematic review and meta-analysis of randomised controlled trials. BMJ. Vol. 22. Num. 347. 2013. p. f5934.

-González-Muniesa, P.; Mártinez-González, M.; Hu, F.B.; Després, J.; Matsuzawa, Y.; Loos, R.J.F.; Moreno, L.A.; Bray, G.A., Alfredo-Martinez, J. Obesity. Nature Reviews: Diseases Primers. Vol. 3. 2017. p. 17034.

-Hainer, V.; Toplak, H., Mitrakou, A. Treatment modalities of obesity: what fits whom? Diabetes Care. Vol. 31. Supl. 2. 2008. p. S269-77.

-Hulens, M.; Vansant, G.; Lysens, R.; Claessens, A.L.; Muls, E. Exercise Capacity in Lean Versus Obese Women. Scandinavian Journal of Medicine and Science Sports. Vol. 11. Num. 5. 2001. p. 305-9.

-Hulens, M.; Vansant, G.; Claessens, A.L.; Lysens, R.; Muls, E. Predictors of 6-minute Walk Test Results in Lean, Obese and Morbidly Obese Women. Scandinavian Journal of Medicine and Science Sports. Vol. 13. Num. 2. 2003. p. 98-105.

-Jakicic, J.M.; Davis, K.K. Obesity and Physical Activity. Psychiatric Clinics of North America. Vol. 34. Num. 4. 2015. p. 829-40.

-Jones, D.W.; Kim, J.S.; Andrew, M.E.; Kim, S.J.; Hong, Y.P. Body mass index and blood pressure in Korean men and women: the Korean National Blood Pressure Survey. Journal of Hypertension. Vol. 12. Num. 12. 1994. p. 1433-7.

-Keys, A.; Fidanza, F.; Karvonen, M.J.; Kimura, N.; Taylor, H.L. Indices of relative weight and obesity. International Journal of Epidemioly. Vol. 43. Num. 3. 2014. p. 655-65.

-Kolotkin, R.L.; LaMonte, M.J.; Litwin, S.; Crosby, R.D.; Gress, R.E.; Yanowitz, F.G.; Hunt, S.C.; Adams T.D. Cardiorespiratory fitness and health-related quality of life in bariatric surgery patients. Obesity Surgery. Vol. 21. Num 4. 2011. p. 457-64.

-Ogunnaike, B.O.; Jones, S.B.; Jones, D.B.; Provost, D.; Whitten, C.W. Anesthetic considerations for bariatric surgery. Anesthesia and Analgesy. Vol. 95. Num. 6. 2002. p. 1793-805.

-Ong, P.; Sivanathan, R.; Borgulya, G.; Bizrah, M.; Iqbal, Y.; Andoh, J.; Gaze, D.; Kaski, J.C. Obesity, inflammation and brachial artery flow-mediated dilatation: therapeutic targets in patients with microvascular angina (cardiac syndrome X). Cardiovascular Drugs and Therapy. Vol. 26. Num. 3. 2012. p. 239-44.

-Orsi, J.V.A.; Nahas, F.X.; Gomes, H.C.; Andrade, C.H.V.; Veiga, D.F.; Novo, N.F.; Ferreira, L.M. Impacto da Obesidade na Capacidade Funcional de Mulheres. Revista da Associação Médica Brasileira. São Paulo. Vol. 54. Num 2. 2008. p. 106-9.

-Puglia, C.R. Indicações para o tratamento operatório da obesidade mórbida. Revista da Associação Médica Brasileira. São Paulo. Vol. 50. Num. 2. 2004.

-Repetto, G.; Rizzolli, J.; Bonatto, C. Prevalência, riscos e soluções na obesidade e sobrepeso: Here, There and Everywhere. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia. São Paulo. Vol. 47. Num. 6. 2003. p. 633-5.

-Rocha, F.A.; Cattai, G.B.P.; Nardo, C.C.S.; Nardo-Junior, N. Tratamento da obesidade: possibilidades atuais do procedimento cirúrgico e do convencional. Revista de Educação Física. Vol. 20. Num. 1. 2009. p. 131-43.

-Sellayah, D.; Cagampang, F.R.; Cox, R.D. On the evolutionary origins of obesity: a new hypothesis. Endocrinology. Vol. 155. 2014. p. 1573-88.

-Séres, L.; López-Ayerbe, J.; Coll, R.; Rodríguez, O.; Manresa, J.M.; Marrugat, J.; Alastrue, A.; Formiguera, X.; Valle, V. Cardiopulmonary Function and Exercise Capacity in Patients With Morbid Obesity. Revista Española de Cardiologia. Vol. 56. Num. 6. 2003. p. 594-600.

-Swift, D.L.; Johannsen, N.M.; Lavie, C.J.; Earnest, C.P.; Church, T.S. The role of exercise and physical activity in weight loss and maintenance. Progress in Cardiovascular Diseaes. Vol. 56. Num. 4. 2014. p. 441-7.

-Valerio, G.; Licenziati, M.R.; Tortorelli, P.; Calandriello, L.F.; Alicante, P.; Scalfi, L. Lower Performance in the Six-Minute Walk Test in Obese Youth With Cardiometabolic Risk Clustering. Frontiers in Endocrinology. Lausanne. Vol. 9. 2018. p. 701.

-Weinstein, A.R.; Sesso, H.D.; Lee, I.M.; Rexrode, K.M.; Cook, N.R.; Manson, J.E.; Buring, J.E.; Gaziano, J.M. The joint effects of physical activity and body mass index on coronary heart disease risk in women. Archives of Internal Medicine. Vol. 168. Num. 8. 2008. p. 884-90.

-World Health Organization. Obesity: Preventing and Managing the Global Epidemic: Report of a WHO Consultation. World Health Organization Technical Report Series. Vol. 894. 2000. p. 1-253.

Publicado
2022-08-06
Como Citar
França, J. L., Souza, J. S. de, Andrade, D. S. de, Pereira, A. da S., Martins, L. F., Ferreira, A. A., Gomes, C. de P., & Campos, H. O. (2022). Respostas cardiovasculares durante o teste de caminhada de seis minutos em mulheres obesas. RBONE - Revista Brasileira De Obesidade, Nutrição E Emagrecimento, 15(99), 1504-1512. Recuperado de https://www.rbone.com.br/index.php/rbone/article/view/1901
Seção
Artigos Cientí­ficos - Original