Circunferência do pescoço e sua relação com indicadores antropométricos convencionais e não convencionais de risco cardiovascular e estado nutricional em idosos da comunidade

  • Dakini Mendes dos Santos Adami Curso de Nutrição, Área do Conhecimento de Ciências da Vida (VIDA), Universidade de Caxias do Sul (UCS). Caxias do Sul-RS, Brasil.
  • Adriane Rosa Costódio Nutricionista, Santa Maria-RS, Brasil.
  • Daiane Ferrari Secretaria de Saúde e Secretaria de Educação da Prefeitura Municipal de Doutor Ricardo-RS, Doutor Ricardo-RS, Brasil.
  • Jéssica Ferreira Tatsch Nutricionista, Caxias do Sul-RS, Brasil.
  • Josiane Siviero Curso de Nutrição, Área do Conhecimento de Ciências da Vida (VIDA), Universidade Caxias do Sul
  • Sabrina Susin Nutricionista, Prato Feito Gastronomia e Facilities. Caxias do Sul-RS, Brasil.
  • Pâmela Antoniazzi dos Santos Curso de Nutrição, Área do Conhecimento de Ciências da Vida (VIDA), Universidade de Caxias do Sul (UCS). Caxias do Sul-RS, Brasil.
  • Natielen Jacques Schuch Mestrado em Ciências da Saúde e da Vida, Curso de Nutrição, Universidade Franciscana (UFN), Santa Maria-RS, Brasil.
  • Karen Mello de Mattos Margutti Curso de Nutrição, Área do Conhecimento de Ciências da Vida (VIDA), Universidade de Caxias do Sul (UCS). Caxias do Sul-RS, Brasil.
Palavras-chave: Idoso, Antropometria, Doenças cardiovasculares, Estado nutricional, Pescoço

Resumo

Objetivo: Verificar a relação entre a circunferência do pescoço e indicadores antropométricos convencionais e não convencionais de risco cardiovascular e estado nutricional em idosos da comunidade. Materiais e Métodos:  Estudo transversal com idosos da comunidade (≥ 60 anos de idade) atendidos na atenção básica do município de Doutor Ricardo-RS. A coleta de dados ocorreu de julho a novembro de 2019. Foram avaliadas as variáveis sociodemográficas; estilo de vida; doenças crônicas não transmissíveis; comorbidades; indicadores convencionais de risco cardiovascular (índice de massa corporal; percentual de gordura corporal e circunferência da cintura) e indicadores não convencionais de risco cardiovascular (circunferência do pescoço, razão cintura-estatura e índice de conicidade). Resultado: Participaram 44 idosos com idade média de 71,27±8,57 anos. As maiores médias da circunferência do pescoço foram associadas com sobrepeso (p=0,020); risco cardiovascular muito elevado (p=0,024), percentual de gordura (p=0,017), razão cintura-estatura (p=0,036) e índice de conicidade, respectivamente inadequados (p=0,003). A inadequação da circunferência do pescoço associou-se com a inadequação do estado nutricional (p=0,009); da circunferência da cintura (p=0,002) e razão cintura-estatura (p=0,036). Discussão: Maior circunferência do pescoço correlaciona-se positivamente com o aumento de risco cardiometabólico e sobrepeso em idosos. Conclusão: A circunferência do pescoço associou-se com os indicadores antropométricos convencionais e não convencionais para risco cardiovascular e com o estado nutricional.

Referências

-Barbosa, P.S.; Santos, R. P.; Mendonça, J. L. S.; R., V.S. Circunferência do pescoço e sua associação com parâmetros antropométricos de adiposidade corporal em adultos. Braspen Journal. São Paulo. Vol. 32 Num. 4.2017.p.315-320.

-Ben-noun, L.; Laor, A. Relationship of neck circumference to cardiovascular risk factors. Obesity Research. Vol. 11. Num. 2. 2003. p. 226-231.

-Ben-noun, L.; Sohar, E.; Laor, A. Neck circumference as a simple screening measure for identifying overweight and obese patients. Obesity research. Vol. 9.Num. 8. 2001. p. 470-477.

-Brasil. Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Estratégia Brasil Amigo da Pessoa Idosa - Documento Técnico. Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa. Brasília. 2021.

-Brasil. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Resolução no 466, de 12 de dezembro de 2012. Brasília. 2012.

-Brasil. Ministério da Saúde. Avaliação do peso IMC na terceira idade. 2017. Disponível em: <http://portalms.saude.gov.br/component/content/article/804-imc/40511-avaliacao-do-peso-imc-na-terceira-idade>. Acesso em: 11/04/ 2019.

-Cervato, A.M.; Derntl, A.M.; Latorre, M.R.D.O.; Marucci, M.F.N. Educação nutricional para adultos e idosos: uma experiência positiva em Universidade Aberta para a Terceira Idade. Revista de Nutrição. Vol. 18. Num.1. 2005. p. 41-52.

-Chumlea, W. M. C.; Roche, A. F.; Steinbaugh, M. L. Estimating stature from knee height for persons 60 to 90 years of age. Journal of the American Geriatrics Society. Vol.33. Num. 2. 1985. p. 116-120.

-Closs, V. E.; Feoli, A. M. P.; Schwanke, C. H. A. Altura do joelho como medida alternativa confiável na avaliação nutricional de idosos. Revista de Nutrição. Vol. 28. Num. 5. 2015. p. 475-484.

-Coelho, H.J. J.; Sampaio, R.A.; Gonçalvez, I.O.; Aguiar, S.S.; Palmeira, R.; Oliveira, J.F.; Asano, R.Y.; Sampaio, P.Y.S.; Uchida M.C. Cutoffs and cardiovascular risk factors associated with neck circumference among community-dwelling elderly adults: a cross-sectional study. Sao Paulo Med J. Vol. 134. Num. 6. 2016. p. 519-527.

-Corrêa, M. M.; Tomasi E.; Thumé E.; Oliveira E.R.A.; Facchini L.A. Razão cintura-estatura como marcador antropométrico de excesso de peso em idosos brasileiros. Cadernos de Saúde Pública. Vol. 33. Num. 5. 2017. e00195315.

-Dean, A.G.; e colaboradores. Epi Info™, a database and statistics program for public health professionals. CDC, Atlanta, GA, USA, 2013.

-Fogaça e Silva, E. M.; Theodoro, H.; Mendes, K. G.; Anselmo Olinto, M. T. Prevalência de obesidade em mulheres na pós-menopausa atendidas em um ambulatório no sul do Brasil. Revista da Associação Brasileira de Nutrição-RASBRAN. Vol. 10. Num.1. 2019. p. 46-52.

-Frizon, V.; Boscaini, C. Circunferência do Pescoço, Fatores de Risco para Doenças Cardiovasculares e Consumo Alimentar. Rev Bras Cardiol.Vol.26. Num. 6.2013. p.426-434.

-Gambaro, A. C.; Silva L.L.; Issa M.H.; Penteado S.T. Circunferência do Pescoço como indicador de risco cardiometabólico. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento. São Paulo. Vol.13. Num.81. 2019. p. 695-702.

-Garcia, C. A. M. S.; Moretto, M. C.; Guariento, M. E. Associação entre autopercepção de saúde, estado nutricional e qualidade de vida de idoso. Revista de Ciências Médicas. Vol. 27. Num1. 2018. p. 11-22.

-Godoi, J. A.; Borges, S. Indicadores de adiposidade em idosos cardiopatas hospitalizados. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento. São Paulo. Vol.14. Num.84. 2020. p. 97-104. 2020.

-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. População. Projeção da população do Brasil e das Unidades da Federação. Rio de Janeiro. IBGE. 2018.

-Lima, L. M.; Souza, R. J. S. Prevalência de sobrepeso e obesidade em idosos dos centros de convivência para a terceira idade do município de Vitória-ES. TCC Bacharel em Educação Física. Universidade Federal do Espírito Santo. 2013.

-Lipschitz, D.A. Screening for nutritional status in the elderly. Primary Care. Vol. 21.1994. p. 55-67.

-Lohman, T.G. Advances in body composition assessment. Champaign. Human Kinetics. 1992.

-Lohman, T.G.; Roche, A.F.; Martorell, R. Anthropometric standardization reference manual. Champaign: Human Kinetics Books. 1988.

-Martinez, B. P.; Camelier, F. W. R.; Camelier, A. A. Sarcopenia em Idosos: um estudo de revisão. Revista Pesquisa em Fisioterapia. Vol.4. Num.1.2014. p. 62-70.

-Mastroeni, M. F.; Mastroeni S. S. B. S.; Erzinger G.S.; Marucci M.F.N. Antropometria de idosos residentes no município de Joinville-SC, Brasil. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Vol. 13. Num. 1. 2010 p. 29-40.

-Moreira, A.J.; Nicastro, H.; Cordeiro, R. C.; Coimbra, P.; Frangella, V.S. Composição corporal de idosos segundo a antropometria. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Vol. 12. Num. 2. 2009. p. 201-213.

-NIH. National Institutes of Health (NIH publication n. 00-4084). The practical guide identification, evaluation, and treatment of overweight and obesity in adults. Bosheda, MD. 2000.

-OPAS. Organização Pan-Americana da Saúde. Doenças Cardiovasculares – Dados/Estatísticas. 2021. https://www.paho.org/pt/topicos/doencas-cardiovasculares Acesso em: 14/04/2021

-Pereira, H. E. F.; Oliveira, J. S.; Prates, R. P.; Leão, L. L.; Pereira, É. J.; Farias, P. K. S. Perfil nutricional e dietético de idosos atendidos nas estratégias de saúde da família do norte de Minas Gerais. Revista de APS. Vol.21. Num. 2. 2018. p. 259-266.

-Pitanga, F. J. G.; Lessa, I. Sensibilidade e especificidade do índice de conicidade como discriminador do risco coronariano de adultos em Salvador, Brasil. Revista Brasileira de Epidemiologia. Vol. 7. Num. 3.2004 p. 259 -269.

-Preis, S. R.; Massaro, J. M.; Hoffmann, U.; D'Agostino, R. B.; Levy, D.; Robins, S. J.; Meigs, J. B.; Vasan, R. S.; O'Donnell, C. J.; Fox, C. S. Neck circumference as a novel measure of cardiometabolic risk: the Framingham Heart study. The Journal of clinical endocrinology and metabolism. Vol. 95. Num. 8. 2010 p. 3701-3710.

-Rabito, E. I.; Mialich M. S.; Martínez E. Z.; García R. W. D.; Jordao Junior. A. A.; Marchini J.S. Validation of predictive equations for wheight and height using a metric tape. Nutrición Hospitalaria. Vol. 26. 2008. p. 614-618.

-Reis, G. M. S. A.; Andrade, B. F.; Santos, K. L.; Santos, A. de O.; Andrade Moura, S. L.; Almeida Menezes, A. F. Circunferência do pescoço como indicador de excesso de peso em idosas. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento. São Paulo. Vol.12. Num. 75. 2018. p. 942-947.

-Salgueiro, M. M. H. A. O.; Portes, L. A.; Costa, W. F. S.; Andrade, R. L.; Oliveira, L. C.; Silva, N. C. O. V. Avaliação do estado nutricional e composição corporal de idosos de Embú-Guaçu-SP. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento. São Paulo. Vol.12 Num.72. 2018. p. 446-455.

-Silva, A.A.G.O.; Araujo L. F.; Diniz M. F. H.S.; Lotufo P. A.; Bensenor I. M.; Barreto S. M.; Giatti L. Circunferência do Pescoço e Risco Cardiovascular em 10 Anos na Linha de Base do ELSA-Brasil: Diferenciais por Sexo. Arq. Bras. Cardiol. Vol.115. Num.5. 2020. p.840-848

-Silva, M.L.N.; Marucci, M. F. N.; Roediger, M. A. Tratado de nutrição em gerontologia. Barueri-SP. Manole. 2016. p. 50.

-Neta, R. S. O.; Souza, I. F. S.; Câmara, S. M. A.; Souza, C. M. Sarcopenia, funcionalidade e estado nutricional em idosas residentes na comunidade. Revista Brasileira Geriatria Gerontologia. Vol. 21. Num. 3. 2018. p. 342-351.

-Siri, W. E. Body composition from fluid spaces and density: analysis of methods. In Brozeck, J.; Henschel, A. (Eds.). Techniques for measuring body composition. Washington, DC: National Academy of Scince. 1961. p. 233-244.

-Stabe, C.; Vasques, A. C. J.; Lima, M. M. O.; Tambascia, M. A.; Pareja, J. C.; Yamanaka, A.; Geloneze, B. Neck circumference as a simple tool for identifying the metabolic syndrome and insulin resistance: results from the Brazilian Metabolic Syndrome Study. Clinical Endocrinology. Vol. 78. Num. 6. 2013 p. 874-881.

-Valdez, R. A simple model-based index of abdominal adiposity. Journal of clinical epidemiology. Vol. 44. Num. 9. 1991. p. 955-956.

Publicado
2022-11-17
Como Citar
Adami, D. M. dos S., Costódio, A. R., Ferrari, D., Tatsch, J. F., Siviero, J., Susin, S., Santos, P. A. dos, Schuch, N. J., & Margutti, K. M. de M. (2022). Circunferência do pescoço e sua relação com indicadores antropométricos convencionais e não convencionais de risco cardiovascular e estado nutricional em idosos da comunidade. RBONE - Revista Brasileira De Obesidade, Nutrição E Emagrecimento, 16(102), 461-473. Recuperado de https://www.rbone.com.br/index.php/rbone/article/view/2047
Seção
Artigos Cientí­ficos - Original