Práticas alimentares e hábito intestinal de professores de um município do interior do Rio Grande do Sul durante a pandemia de covid-19: um estudo transversal
Resumo
Introdução e objetivo: A Constipação Intestinal Funcional é uma doença de alta prevalência e de origem não totalmente esclarecida. Entretanto, seu tratamento primário envolve mudança dos hábitos alimentares, exercícios físicos e aumento da ingesta de água. Considerando essa relação, o presente estudo objetivou avaliar o hábito intestinal e fatores associados de professores da rede municipal de ensino do município de Passo Fundo, Rio Grande do Sul. Materiais e Métodos: Foi realizado um estudo transversal com professores de idade igual ou superior a 20 anos, de ambos os sexos. A coleta de dados foi através de um formulário eletrônico envolvendo os questionários Escala de Bristol, Critérios de Roma III e práticas alimentares, baseado no Guia Alimentar para a População Brasileira, enviado para o e-mail institucional dos professores. A Regressão de Poisson foi aplicada para responder os objetivos. Foram avaliados 108 professores, sendo a maioria do sexo feminino (95,4%) com média de idade de 42,81 anos (DP=8,85). Discussão: Resultados e correlações similares ao do estudo são encontrados na literatura. Resultados: A prevalência de constipação funcional foi de 44,7% pelos critérios de ROMA III e 24,3% pela Escala de Bristol. Além disso, a sua prevalência foi 1,727 vezes (IC95%=1,135;2,629) maior nos indivíduos com práticas alimentares moderadas/regulares em comparação com os indivíduos com práticas alimentares excelentes. Conclusão: O presente estudo identificou elevada prevalência de constipação funcional e sua relação com práticas alimentares inadequadas.
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