Alimentação emocional em pacientes de um ambulatório de nutrição do sul do Brasil

  • Flávia de Carvalho Herreira Universidade Federal de Pelotas, Faculdade de Nutrição, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil.
  • Lilia Moraes Universidade Federal do Rio Grande, Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Rio Grande, Rio Grande do Sul, Brasil.
  • Lucia Rota Borges Universidade Federal de Pelotas, Faculdade de Nutrição, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil.
  • Anne Y Castro Marques Universidade Federal de Pelotas, Faculdade de Nutrição, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil.
  • Ana Maria Pandolfo Feoli Pontifica Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Escola de Ciências da Saúde e da Vida, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil.
  • Renata Torres Abib Bertacco Universidade Federal de Pelotas, Faculdade de Nutrição, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil.
Palavras-chave: Comportamento alimentar, Depressão, Sobrepeso, Obesidade

Resumo

A alimentação emocional é definida como comer sob influência de emoções negativas e está associada a transtornos alimentares, impulsividade, depressão e ganho de peso, o que pode causar doenças relacionadas à obesidade. Os indivíduos com depressão estão mais predispostos a ter um domínio comprometido da alimentação emocional, o que prejudica a qualidade de vida e a saúde, também tornando a alimentação mais difícil de ser controlada, além disso, estas condições propiciam o ganho de peso. Assim, o objetivo desse estudo foi caracterizar e comparar o domínio de alimentação emocional entre pacientes de um ambulatório de Nutrição do Sul do Brasil. Trata-se de um estudo transversal, que utilizou dados de um banco pré-existente. A alimentação emocional foi avaliada através do questionário validado, Three Factor Eating Questionnaire R-21, o diagnóstico de depressão foi obtido pelo prontuário médico, enquanto as variáveis, idade, sexo, altura e índice de massa corporal foram obtidas por meio da anamnese nutricional padrão do serviço. Sendo os dados coletados de 252 pacientes, com diabetes mellitus tipo 2 e/ou hipertensão, adultos e pessoas idosas, de ambos os sexos, em sua primeira consulta. Em relação à alimentação emocional, os pacientes que possuiam depressão, as mulheres, adultos e os pacientes com excesso de peso apresentaram valores significativamente mais altos que os sem depressão, homens, pessoas idosas e eutróficos, respectivamente.  Em conclusão, a avaliação do comportamento alimentar, especialmente o domínio referente à alimentação emocional, é de extrema relevância para realizar um acompanhamento nutricional mais assertivo.

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Publicado
2025-07-16
Como Citar
Herreira, F. de C., Moraes, L., Borges, L. R., Marques, A. Y. C., Feoli, A. M. P., & Bertacco, R. T. A. (2025). Alimentação emocional em pacientes de um ambulatório de nutrição do sul do Brasil. RBONE - Revista Brasileira De Obesidade, Nutrição E Emagrecimento, 19(119), 375-381. Recuperado de https://www.rbone.com.br/index.php/rbone/article/view/2717
Seção
Artigos Cientí­ficos - Original