Consumo alimentar segundo classificação NOVA e excesso de peso em pessoas com osteoartrite de joelho

  • Lavinia Nancy Gonçalves de Freitas Nutricionista, Departamento de Nutrição, Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri-UFVJM, Brasil.
  • Camila Souza Freitas Nutricionista, Departamento de Nutrição, Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri-UFVJM, Brasil.
  • Fabiulla Cristiane da Silva Nutricionista, Programa de Residência Multiprofissional em Saúde do Idoso da UFVJM, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri-UFVJM, Brasil.
  • Alessanda de Carvalho Bastone Fisioterapeuta, Departamento de Fisioterapia, Programa de Pós-Graduação em Reabilitação e Desempenho Funcional, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri-UFVJM, Brasil.
  • Luciana Neri Nobre Nutricionista, Departamento de Nutrição, Programa de pós-Graduação em Ciências da Nutrição, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri-UFVJM, Brasil.
Palavras-chave: Consumo de alimentos, Idosos, Osteoartrite de joelho, Excesso de peso, Classificação NOVA de alimentos

Resumo

Objetivo: Investigar o consumo alimentar segundo o grau de processamento em pessoas com osteoartrite do joelho (OAJ). Materiais e Métodos: Estudo transversal com amostra não probabilística de portadores de OAJ e em tratamento fisioterapêutico e nutricional numa Clínica Escola de Fisioterapia. Os participantes foram submetidos à avaliação sociodemográfica, dietética e antropométrica. O consumo alimentar foi avaliado por meio de questionário de frequência de consumo alimentar e foi analisado segundo classificação NOVA de alimentos. A avaliação da associação entre excesso de peso e OAJ foi realizada por meio da análise de regressão correlação e regressão linear. Resultados: O grupo de alimentos in natura contribuiu com 59,5% do consumo energético, seguido respectivamente pelo grupo de alimentos processados (18,9%), alimentos ultraprocessados (13,0%) e ingredientes culinários (8,3%). A média do percentual de consumo nos quatro grupos de processamento de alimentos foi maior entre os com excesso de peso. Na análise de regressão linear foi identificado que maior consumo de energia advinda de alimentos processados esteve relacionado a um aumento no IMC dos participantes (ß=0,440; p-valor=0,001) enquanto o consumo de alimentos in natura, minimamente processados e preparações culinárias à base desses alimentos esteve relacionada a redução (ß=-0,263; p-valor=0,038) no mesmo. Conclusão: Os resultados apresentados indicam que o consumo de alimentos ultraprocessados foi baixo na amostra avaliada, apesar da maioria apresentar elevado índice de massa corporal, o que nos faz supor que outras variáveis podem estar influenciando esse resultado, como por exemplo, a osteoartrite e idade elevada que favorece o sedentarismo.

Referências

-Alenazi, A.M.; Alshehri, M.M.; Alothman, S.; Alqahtani, B.A.; Rucker, J.; Sharma, N.; Segal, N.A.; Bindawas, S.M.; Kluding, P.M. The Association of Diabetes with Knee pain Severity and Distribution in people with Knee osteoarthritis using Data from the osteoarthritis initiative. Scientific Reports. Vol. 10. Num. 1. 2020. p.1-8.

-Alfieri, F.M.; Silva, N.C. Oliveira.V.; Battistella, L.R. Study of the relation between body weight and functional limitations and pain in patients with knee osteoarthritis. Einstein. São Paulo. Vol. 15. Num. 3. 2017. p. 307-12.

-Berti, T.L.; Rocha, T.F.; Curioni, C.C.; Junior, E.V.; Bezerra, F.F.; Canella, D.S.; Faerstein, E. Food consumption according to the degree of processing and characteristics sociodemographic: Pro-Health Study. Revista Brasileira de Epidemiologia. Vol. 22. Num. e190046. 2020. p.1-14.

-Bertolucci, P.H.; Brucki, S.M.; Campacci, S.R.; Juliano, Y. O Mini-exame do estado mental em uma população geral: Impacto da escolaridade [The Mini-Mental State Examination in a general population: Impact of educational status]. Arquivos de Neuro- Psiquiatria. Vol. 52. Num.1.1994. p.1-7.

-Beslay, M.; Srour. B.; Méjean, C.; Allès, B.; Fiolet, T.; Debras, C.; Chazelas, E.; Deschasaux, M.; Wendel-Foyet, M.G.; Hercberg, S.; Galan, P.; Monteiro, C.A.; Deschamps, V.; Andrade, G.C.; Kesse-Guyot, E.; Julia, C.; Touvier, M. Ultra-processed food intake in association with BMI change and risk of overweight and obesity: A prospective analysis of the French NutriNet-Sante ́ cohort. PLoS Med. Vol.17. Num. 8. 2020. p. 1-19.

-Blagojevic, M.; Jinks, C.; Jeffery, A.; Jordan, K.P. Risk factors for onset of osteoarthritis of the knee in older adults: a systematic review and meta-analysis. Osteoarthritis Cartilage. Vol.18. Num.1. 2010. p.24-33.

-Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa de Orçamentos familiares 2008-2009: Tabelas de composição nutricional dos alimentos consumidos no Brasil/IBGE. Rio de Janeiro. 2011. 345p.

-Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira. 2ª edição. 1a reimpr. Brasília. Ministério da Saúde. 2014. 156 p.

-Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças não Transmissíveis. Vigitel Brasil 2020: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico: estimativas sobre frequência e distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal em 2020. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de doenças não Transmissíveis. Brasília. Ministério da Saúde. 2021.

-Canhada, S.L.; Luft, V.C.; Giatti, L.; Duncan, B.B.; Chor, D.; Da Fonseca, M.J. M.; Matos, S.M.A.; Molina, M. D.C.B.; Barreto, S.M.; Levy, R.B.; Schmidt, M.I. Ultra-processed foods, incident overweight and obesity, and longitudinal changes in weight and waist circumference: the Brazilian Longitudinal Study of Adult Health (ELSA- Brasil). Public Health Nutrition. Vol. 23. Num. 6. 2018. p.1076-1086.

-Chassaing, B.; Koren, O.; Goodrich, J.; Poole, A.; Srinivasan, S.; Ley, R.E.; Gewirtz, A.T. Dietary emulsifiers impact the mouse gut microbiota promoting colitis and metabolic syndrome. Nature. Vol. 519. Num. 7541. 2015 p.92-96.

-Elizabeth, L.; Machado, P.; Zinöcker, M.; Baker, P.; Lawrence, M. Ultra-Processed Foods and Health Outcomes: A Narrative Review. Nutrients. Vol.12. Num. 7. 2020. p.1955.

-Fardet, A. Minimally processed foods are more satiating and less hyperglycemic than ultra-processed foods: a preliminary study with 98 ready-to-eat foods. Food Funct. Vol. 7. Num. 5. 2016. p. 2338-2346.

-FAO. Food and Agriculture Organization of the United Nations. Guidelines on the collection of information on food processing through food consumption surveys. Rome: Food and Agriculture Organization of the United Nations. 2015.

-Han, T.S.; Leer, E.M.V.; Seidell, J.C.; Lean, M.E. Waist circumference action levels in the identification of cardiovascular risk factors: prevalence study in a random sample. The BMJ. Vol. 311. Num. 7017. 1995. p. 1401-05.

-Juul, F.; Steele, E.M.; Parekh, N.; Monteiro, C.A.; Chang, V.W. Ultra-processed food consumption and excess weight among US adults. British Journal of Nutrition. Vol.120. Num. e001046. 2018. p.90-100.

-Kamsan, S.S.; Singh, D.K.A.; Tan, M.P.; Kumar, S. The knowledge and self- management educational needs of older adults with knee osteoarthritis: A qualitative study. Published. Plos One. Vol.15. Num.e0230318. 2020.p.1-15.

-Louzada, M.L.C.; Baraldi, L.G.; Steele, E.M.; Martins, A.P.B.; Canella, D.S.; Moubarac, J-C.; Levy, R.B.; Cannon, G.; Afshin, A.; Imamura, F.; Mozaffarian, D.; Monteiro, C.A. Consumption of ultra-processed foods and obesity in Brazilian adolescents and adults. Preventive Medicine. Vol.81. Num. e07018. 2015. p.9-15.

-Monteiro, C.A.; Cannon, G.; Levy, R.; Moubarac, J.C.; Jaime, P.C.; Martins, A.P.; Canella, D.; Louzada, M.; Parra, D. The star shines bright. World Nutrition. Vol. 7. Num. (1-3). 2016. p. 28-38.

-Monteiro, C.A.; Levy, R.B.; Claro, R.M.; Castro, I.R.R.; Cannon, G.; Increasing consumption of ultra-processed foods and likely impact on human health: evidence from Brazil. Public Health Nutrition. Vol.14. Num.1. 2011 p.5-13.

-Monteiro, C.A.; Moubarac, J.C.; Cannon, G.; Ng, S.W.; Popkin, B. Ultraprocessed products are becoming dominant in the global food system. Obesity Review. Vol. 14. Num 2. 2013. p. 21-28.

-Monteiro, C.A., Levy, R.B.; Claro, R.M.; Castro, I.R.R.; Cannon, G. A new classification of foods based on the extent and purpose of their processing. Cadernos de Saúde Pública. Vol.26. Num.11. 2010. p. 2039–2049.

-OPAS. Organización Panamericana de la Salud/oficina sanitaria panamericana, la oficina regional Del Organización mundial de la salud. Anales da 36ª Reunión del Comite Asesor de Investigaciones en salud. Encuesta multicentrica: salud, bien estar y envejecimiento en América Latina y el Caribe. Washington (DC). Wold Health Organization. 2001.

-Santos, F.S.; Dias, M. Silva.; Mintem, G.C.; Oliveira, I.O.; Gigante, D.P. Food processing and cardiometabolic risk factors: a systematic review. Revista de Saúde Publica. Vol.54. Num. e001704. 2020. p.70.

-Santos, W.T.; Rodrigues, E. Carvalho.; Mainenti, M.R. Muscle performance, body fat, pain and function in the elderly with arthritis. Acta Ortopedica Brasileira. Vol. 22. Num. 1. 2014.p.54-8.

-Rauber, F.; Chang, Kiara.; Vamos, E.P.; Louzada, M.L.C.; Monteiro, C.A.; Millett, C.; Levy, R.B. Ultra‐processed food consumption and risk of obesity: a prospective cohort study of UK Biobank, 2020.European Journal of Nutrition. Vol.60. Num e023671. 2020.p 2169-2180.

-Rico-Campà, A.; González-Martínez, M.A.; Alvarez-Alvarez, I.; Mendonça, R.D.; Fuente-Arrillaga, C.; Donoso-Gómez, C.; Bes-Rastrollo, M. Association between consumption of ultra-processed foods and all-cause mortality: SUN prospective cohort study. BMJ. Vol.365.Num e1949. 2019.p.1-11.

-Santana, G.; Jesus.; Silva, N. Jesus.; Costa, J.O.; Vasquez, C.M.P.; Vila-Nova, T.M.S.; Vieira, D.A. Santos.; Pires, L.V.; Fagundes, A.A.; Barbosa, K.B.F. Contribution of minimally processed and ultra-processed foods to the cardiometabolic risk of Brazilian young adults: a cross-sectional study. Nutrición Hospitalaria. Vol.38 Num.2. 2021. p.328-336.

-Sartori-Cintra, A.R.; Aikawa, P.; Cintra, D.E.C. Obesidade versus osteoartrite: muito além da sobrecarga mecânica Obesity versus osteoarthritis: beyond the mechanical overload. einstein.Vol.12 Num.3. 2014. p. 374-9.

-Sharma, V.; Anuvat, K.; John, L.; Davis, M. Scientific American Pain Management - Arthritis of the knee. Decker: Pain Related Disease States. 2017.

-Srour, B.; Fezeu, L.K.; Kesse-Guyot, E.; Allés, B.; Debras, C.; Druesne-Pecollo, N.; Chazelas, E.; Deschasaux, M.; Hercherg, S.; Galan, P.; Monteiro, C.A.; Julia, C.; Touvier, M.Ultraprocessed Food Consumption and Risk of Type 2 Diabetes Among Participants of the NutriNet-Santé Prospective Cohort, JAMA Internal Medicine. Vol. 180. Num. 2. 2020. p. 283-291.

-WHO. World Health Organization. Medication Without Harm - Global Patient Safety Challenge on Medication Safety. Geneva. World Health Organization. 2017.

-WHO. World Health Organization. Obesity: preventing and managing the global epidemic. Report of a WHO Consulation. Technical Report Series, No. 894. Geneva. World Health Organization. 1998.

-Yeh, W.L.; Tsai, Y.F.; Hsu, K.Y.; Chen, D.W.; Wang, J.S.; Chen, C.Y. Weight control in older adults with knee osteoarthritis: a qualitative study. BMC Musculoskeletal Disorders. Vol. 21. Num. 504. 2020.p.1-8.

Publicado
2023-07-27
Como Citar
Freitas, L. N. G. de, Freitas, C. S., Silva, F. C. da, Bastone, A. de C., & Nobre, L. N. (2023). Consumo alimentar segundo classificação NOVA e excesso de peso em pessoas com osteoartrite de joelho. RBONE - Revista Brasileira De Obesidade, Nutrição E Emagrecimento, 17(108), 364-376. Recuperado de https://www.rbone.com.br/index.php/rbone/article/view/2252
Seção
Artigos Cientí­ficos - Original