Comportamento de risco para a perturbação alimentar e preocupação com o corpo em estudantes universitários de uma instituição de ensino superior

Resumo

Os distúrbios alimentares (TA) caracterizam-se por inadequações no consumo e/ou no comportamento alimentar e têm-se destacado nos últimos anos noutras populações para além da obesidade, como por exemplo os estudantes universitários. Sendo assim, esta investigação teve como objetivo avaliar a insatisfação com a imagem corporal e as atitudes de risco para a TA em estudantes universitários de uma instituição de ensino superior. A insatisfação com a imagem corporal foi avaliada através do questionário “Body Shape Questionnaire” (BSQ-8C) e as atitudes para o risco de TA foram avaliadas através do questionário “Eating Attitudes Test” (EAT-26). Foram incluídos 407 estudantes universitários, sendo 82,6% mulheres. A idade média foi de 24,3 ± 6,4 anos, não havendo diferenças entre homens e mulheres (p=0,944). Na amostra, 40,3% foram classificados com excesso de peso (IMC > 25 kg/m2). Na alimentação, 25,6% afirmaram ter uma alimentação não saudável. No BSQ-8C, 159 estudantes universitários (39,1%) apresentaram uma preocupação severa com o corpo, especialmente entre as mulheres quando comparadas com os homens (44,6% e 12,7%, respetivamente, p<0,001). No EAT-26, 35,6% dos estudantes universitários apresentavam comportamentos alimentares de risco para TA. Na análise de correlação, o comportamento de risco para a perturbação alimentar, caracterizado pela pontuação mais elevada no EAT-26, apresentou uma correlação positiva com o peso (r=0,156, p=0,002) e o IMC (r=0,255, p<0001). Além disso houve correlação positiva entre a severidade na preocupação com o corpo com atitudes de risco para TA. Assim, a presente investigação demonstrou uma elevada prevalência de insatisfação com a imagem corporal e de atitudes de risco para a TA nos estudantes universitários, sobretudo entre as mulheres.