Relação do estado nutricional segundo o sexo de crianças beneficiadas pelo programa bolsa família no período de 2011 a 2016 no município de Canto do Buriti-PI
Resumo
Introdução: O Programa Bolsa Família (PBF), que atende cerca de 14 milhões de famílias em todos os municípios brasileiros, foi criado em 2003 e transformado em lei em 2004 pelo Decreto nº 5.209/2004. A iniciativa tem ajudado a diminuir a desigualdade em todo o país enquanto é supervisionada em nível federal pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). O processo de transição nutricional pelo qual passou a população brasileira, em todas as faixas de renda, reforça a necessidade de avaliar os efeitos do PBF nos indicadores de saúde e no padrão de vida das famílias beneficiárias do programa. Objetivo: Relacionar o estado nutricional segundo o sexo de crianças assistidas pelo programa bolsa família no período de 2011 a 2016. Materiais e Métodos: Pesquisa de campo de abordagem quantitativa, exploratória, descritiva realizada na cidade de Canto do Buriti-PI, tendo como público-alvo crianças de ambos os sexos que foram beneficiadas no PBF, ingressantes no programa a partir do ano 2011 e que continuaram até 2016. Os dados de cada criança foram obtidos através do IMC para a idade e do percentil do IMC. Obtendo assim a classificação do estado nutricional de acordo com a tabela de curva de crescimento. Resultados: Ao se analisar os dados das 41 crianças avaliadas, observou-se que a maior parte delas estava na faixa etária de 7 a 9 anos (68%), matriculadas em série do ensino fundamental menor (68%). Pouco mais de metade das crianças (51%) eram do sexo masculino e pertencia a famílias com renda do benefício de 170 reais (56%). Em relação aos desvios no estado nutricional nas crianças quando ingressaram no programa em 2011, observou-se elevadas frequências de excesso de peso (48%) e obesidade (14%) entre as crianças do sexo masculino. Ao comparar a situação de 2016 com a anterior foi possível comprovar evolução positiva ao final desse período de 5 anos, marcada pela redução da frequência de excesso de peso para 14% e desaparecimento de casos de obesidade, situação ainda evidenciada pelo aumento da frequência de eutrofia de 19% para 72% acompanhada de redução da frequência de baixo peso de 19% para 14%. Quanto às crianças do sexo feminino, a situação encontrada em 2011 consistia em frequências de excesso de peso de 27%, obesidade de 14% e baixo peso de 19%. Em 2016 não foram encontrados casos de obesidade e a frequência de baixo peso diminuiu para 10%, com aumento das frequências de eutrofia e excesso de peso para, respectivamente, 57% e 33%. Desse modo, também foi constatada evolução favorável em que ocorreu recuperação do estado nutricional de parte das meninas que apresentavam baixo peso e desaparecimento de casos de obesidade que evoluíram para quadro de menor risco, ou seja, de excesso de peso. Conclusão: Observou-se que ambos os sexos apresentaram aumento na frequência de eutrofia, caracterizada por melhores condições de vida, na conclusão do estudo, e que a prole masculina apresentou os maiores índices de sobrepeso e obesidade no ano de seu nascimento.
Referências
-BRASIL. Ministério da Saúde e Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. 2015. Avaliação do estado nutricional das crianças beneficiarias do Bolsa Família. Projeto CadSISVAN.
-UNESCO. Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. Apoio ao Programa Bolsa Família a ao Plano para Superação da Extrema Pobreza. 2011 a 2015. 2015.
-ONU. Organização das Nações Unidas, 2017. Após uma década de queda, fome volta a crescer no mundo. 2017.
-Escott-Stump, S.; Mahan, L. K.; Raymond, J. Krause, alimentos, nutrição e dietoterapia. 13ª edição. Rio de Janeiro: Elsevier. 2012.
-IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2009-2010. Pesquisa de Orçamentos Familiares: antropometria e estado nutricional de crianças, adolescentes e adultos no Brasil. 2016.
-Perez, R.C.; Aranceta, J. School-based nutrition education: lessons learned and new perspectives. Public Health Nutr. 2001.
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