Análise espacial da obesidade na população adulta usuária da atenção primaria à saúde do Sistema Único de Saúde: Brasil, 2010-2022
Resumo
O Brasil experimenta nas últimas décadas uma rápida transição nutricional; o aumento da obesidade, que alcança todas as fases da vida, se tornou o agravo nutricional mais relevante em todos os níveis de atenção à saúde. Objetivo: Analisar a distribuição espacial da obesidade na população adulta usuária da atenção primaria à saúde (APS) do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil. Materiais e Métodos: Estudo descritivo, exploratório; utiliza dados do Relatório do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional do SISVAN Web, dos anos 2010, 2014, 2018 e 2022. A variável obesidade foi estimada a partir da somatória das percentagens de obesidade Grau I, II e III do SISVAN Web. Utilizou-se as seguintes ferramentas da Análise Exploratória de Dados Espaciais (AEDE): Índice de Moran Global e Índice de Moran Local, para verificar a presença de autocorrelação espacial (AE) global e local da obesidade entre as Unidades da Federação (UF). Os dados foram analisados no software Geoda, versão 1.22. Resultados: Verifica-se autocorrelação espacial positiva e formação de agrupamentos de unidades federativas do tipo Alto-Alto nas regiões Sul e Sudeste e do tipo Baixo-Baixo na região Norte. Conclusão: A obesidade entre as UF não é espacialmente aleatória; no período em análise, entre 12 e 14 UF de altos e baixos níveis de obesidade, conformam dois agrupamentos populacionais prioritários para a atuação da prevenção, vigilância e controle da doença na APS do SUS.
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