Análise espacial da obesidade na população adulta usuária da atenção primaria à saúde do Sistema Único de Saúde: Brasil, 2010-2022

  • Victor Manuel Arocena Canazas Graduação em Economia, Mestre em Economia e Ciências da Saúde, Doutor em Demografia, Estágio Pós-doutoral em Ciências da Saúde na área de concentração Saúde Pública e Epidemiologia, Atualmente, em Estágio Pós-doutoral em Desenvolvimento Regional no Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional, Universidade Federal do Amapá, Macapá, Amapá, Brasil.
  • Antônio Sergio Monteiro Filocreão Graduação em Agronomia, Mestre em Economia, Doutor em Desenvolvimento Socioambiental, Professor e Vice-Coordenador do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional, Universidade Federal do Amapá, Macapá, Amapá, Brasil.
  • Fernando Antônio de Medeiros Graduação em Farmácia, Mestre em Produtos Naturais e Sintéticos, Doutor em Produtos Naturais e Sintéticos Bioativos, Professor do Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde, Diretor do Departamento de Pós-graduação (DPG). Universidade Federal do Amapá, Macapá, Amapá, Brasil.
Palavras-chave: Índice de massa corporal, Índice de Moran, Autocorrelação Espacial

Resumo

O Brasil experimenta nas últimas décadas uma rápida transição nutricional; o aumento da obesidade, que alcança todas as fases da vida, se tornou o agravo nutricional mais relevante em todos os níveis de atenção à saúde. Objetivo: Analisar a distribuição espacial da obesidade na população adulta usuária da atenção primaria à saúde (APS) do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil. Materiais e Métodos: Estudo descritivo, exploratório; utiliza dados do Relatório do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional do SISVAN Web, dos anos 2010, 2014, 2018 e 2022. A variável obesidade foi estimada a partir da somatória das percentagens de obesidade Grau I, II e III do SISVAN Web. Utilizou-se as seguintes ferramentas da Análise Exploratória de Dados Espaciais (AEDE): Índice de Moran Global e Índice de Moran Local, para verificar a presença de autocorrelação espacial (AE) global e local da obesidade entre as Unidades da Federação (UF). Os dados foram analisados no software Geoda, versão 1.22. Resultados: Verifica-se autocorrelação espacial positiva e formação de agrupamentos de unidades federativas do tipo Alto-Alto nas regiões Sul e Sudeste e do tipo Baixo-Baixo na região Norte. Conclusão: A obesidade entre as UF não é espacialmente aleatória; no período em análise, entre 12 e 14 UF de altos e baixos níveis de obesidade, conformam dois agrupamentos populacionais prioritários para a atuação da prevenção, vigilância e controle da doença na APS do SUS.

Referências

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Publicado
2025-01-28
Como Citar
Canazas, V. M. A., Filocreão, A. S. M., & Medeiros, F. A. de. (2025). Análise espacial da obesidade na população adulta usuária da atenção primaria à saúde do Sistema Único de Saúde: Brasil, 2010-2022. RBONE - Revista Brasileira De Obesidade, Nutrição E Emagrecimento, 18(117), 1146-1154. Recuperado de https://www.rbone.com.br/index.php/rbone/article/view/2572
Seção
Artigos Cientí­ficos - Original

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