Perfil dietético das mulheres obesas atendidas em ambulatórios de nutrição no municí­pio do Rio de Janeiro

  • Alessandra Gomes Ayres Programa de Pós-graduação Lato-Sensu em Obesidade e Emagrecimento da Universidade Gama Filho - UGF
  • Eliane Rodrigues Burgo Programa de Pós-graduação Lato-Sensu em Obesidade e Emagrecimento da Universidade Gama Filho - UGF
Palavras-chave: Obesidade, Prevenção, Hábito alimentar, Questionário de frequência de consumo alimentar

Resumo

Considerada como um problema de saúde pública, a prevenção da obesidade é um dos grandes desafios deste século. Portanto, este estudo teve como objetivo avaliar o grau de obesidade e o perfil alimentar de voluntários atendidos pela rede básica de saúde do município do Rio de Janeiro. Foram estudados 60 voluntários do sexo feminino cuja análise antropométrica resultou em índice de massa corporal maior ou igual a 30 kg/m2 e faixa etária de 20 a 59 anos. Foi observado maior número de mulheres com obesidade grau I, seguido daquelas com obesidade grau II e III. Foi feita análise dos hábitos alimentares utilizando um questionário de freqüência de consumo alimentar adaptado para tornar-se apenas qualitativo, onde se observou baixa freqüência de consumo de alguns alimentos como leite e derivados, peixes, hortaliças A e B e frutas. Com relação às hortaliças A e B, quanto maior o grau de obesidade, menor é o número de mulheres que consomem com freqüência de pelo menos uma vez ao dia. Observou-se também freqüência elevada de salsichas, lingüiças, e fast food. 79% das mulheres apresentaram freqüência de consumo adequada para carne bovina e frango. Os dados mostram, também, que mulheres obesas parecem ter perdido o hábito de consumir arroz com feijão. De forma geral, pode-se concluir que as mulheres obesas atendidas nestas unidades de saúde apresentam hábitos alimentares inadequados, sugerindo a implantação de programas de educação nutricional na rede básica de saúde, visando mudanças nas práticas alimentares da população atendida.

Referências

- Dâmaso, A. Obesidade. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.

- Engstrom, E.N. (org.). SISVAN: Instrumento para o Combate aos Distúrbios Nutricionais em Serviços de Saúde – O Diagnóstico Nutricional. Rio de Janeiro: CREAN – Região Sudeste, 1998.

- Euclydes, M.P.; e colaboradores. Avaliação Antropométrica e Dietética das Mães de Pré-Escolares Atendidos pelas Creches da Prefeitura de Juiz de Fora – MG. Nutrição Brasil. 2005; 4:258-263.

- Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – FIBGE. Estudo Nacional de Despesa Familiar – ENDEF. Tabela de Composição de Alimentos. FIGBE, Rio de Janeiro, 1974/1975.

- Furlan-Viebig, R.; Pastor-Valero, M. Desenvolvimento de um Questionário de Freqüência Alimentar para o Estudo de Dieta e Doenças Não Transmissíveis. Revista de Saúde Pública. São Paulo, 2004; 38:581-584.

- Garcia, R.W.D. Reflexos da Globalização na Cultura Alimentar: Considerações sobre as Mudanças na Alimentação Urbana. Revista de Nutrição. Campinas, 2003; 16:483-492.

- Hu, F.; e colaboradores. Reproducibility and Validity of Dietary Patterns Assessed with a Food-Frequency Questionnarie. American Journal of Clinical Nutrition. 1999; 69:243-249.

- Jakicic, J.M.; Otto, A.D. Physical Activity Considerations for the Treatment and Prevention of Obesity. American Journal of Clinical Nutrition. 2005; 82:226-229.

- Kopelman, P.G. Obesity as a Medical Problem. Nature Insight Obesity. 2000;404:635-643.

- Lissner, L.; e colaboradores. Population Studies of Diet and Obesity. British Journal of Nutrition. 2000 ;83:21-24.

- Lotufo, P.A. Increasing Obesity in Brazil: Predicting a New Peak of Cardiovascular Mortality. Medical Journal. Revista Paulista de Medicina, São Paulo, 2000; 118:161-162.

- Lovejoy, J.C.; e colaboradores. Ethnic Differences in Dietary Intakes, Physical Activity, and Energy Expendityre in Middle-Age, Premenopausal Women: The Healthy Transitions Study. American Journal of Clinical Nutrition. 2001; 74:90-95.

- Marques-Lopes, I.; e colaboradores. Aspectos Genéticos da Obesidade. Revista de Nutrição. Campinas, 2004;17:327-338.

- Newby; e colaboradores. Reproducibility and Validity of the Diet Quality Index Revised as Assessed by Use of a Food-Frequency Questionnaire. American Journal of Clinical Nutrition. 2003;78:941-949.

- Pinheiro, A.R.O.; Freitas, S.F.T.; Corso, A.C.T. Uma Abordagem Epidemiológica da Obesidade. Revista de Nutrição. Campinas, 2004;17:523-533.

- Pomerleau, J.; e colaboradores. Interventions Designed to Increase Adult Fruit and Vegetable Intake Can Be Effective: A Systematic Review of the Literature. Journal of Nutrition.2005;135: 2486-2495.

- Salvo, V.L.M.A.; Gimeno, S.G.A. Reprodutibilidade e Validade do Questionário de Freqüência de Consumo de Alimentos. Revista de Saúde Pública. São Paulo, 2002; 36:505-512.

- Scagliusi, F.B.; Lancha Júnior A.H. Subnotificação da Ingestão Energética na Avaliação do Consumo Alimentar. Revista de Nutrição. Campinas, 2003;16:471-481.

- Schatzkin, e colaboradores. A Comparison of a Food Frequency Questionnarie with a 24-Hour Recall for Use in an Epidemiological Cohort Study: Results from the Biomarker-Based Observing Protein and Energy Nutrition Study. International Journal of Epidemiology. 2003, 32:1054-1061.

- Sichieri, R. Epidemiologia da Obesidade. Rio de Janeiro: Ed. UERJ, 1998. (Coleção Saúde e Sociedade, 3)

- Silveira, E.A.; e colaboradores. Validação do Peso e Altura Referidos para Diagnóstico do Estado Nutricional em uma População de Adultos no Sul do Brasil. Caderno de Saúde Pública. Rio de Janeiro, 2005; 21h23min-245.

- Slater, B.; e colaboradores. Validação de Questionários de Freqüência Alimentar - QFA: Considerações Metodológicas. Revista Brasileira de Epidemiologia. São Paulo, 2006; 6:200-208.

- Thomson, C.A.; e colaboradores. Measuring Dietary Change in a Diet Intervention Trial: Comparing Food Frequency Questionnaire and Dietary Recall. American Journal of Epidemiology, 2003;157:754-762.

- Tomita, L.Y.; Cardoso, M.A. Avaliação da Lista de Alimentos e Porções Alimentares de Questionário Quantitativo de Freqüência Alimentar em População Adulta. Caderno de Saúde Pública. Rio de Janeiro, 2002;18:1747-1756.

- Waitzberg, D.L. Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica. 2ed. São Paulo: Atheneu, 2000.

Publicado
2012-01-14
Como Citar
Ayres, A. G., & Burgo, E. R. (2012). Perfil dietético das mulheres obesas atendidas em ambulatórios de nutrição no municí­pio do Rio de Janeiro. RBONE - Revista Brasileira De Obesidade, Nutrição E Emagrecimento, 1(3). Recuperado de https://www.rbone.com.br/index.php/rbone/article/view/31
Seção
Artigos Cientí­ficos - Original