Circunferência do pescoço como indicador de risco cardiovascular e seus fatores associados

  • Laís Souza Barbosa Mestre em Gerontologia pelo Programa de Pós-graduação em Gerontologia da Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Pernambuco, Brasil.
  • Márcia Carrera Campos Leal Doutorado na Faculdade de Odontologia da Universidade de Pernambuco, Brasil; Pós-doutorado na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra/Portugal; Professora Titular do Centro de Ciências Médicas - Área acadêmica de Saúde Coletiva, Docente Permanente do Programa de Pós-graduação em Gerontologia da Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Pernambuco, Brasil.
  • Anna Karla de Oliveira Tito Borba Enfermeira, Doutora em Nutrição (UFPE), Docente do Programa de Pós-graduação em Gerontologia e do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Pernambuco, Brasil.
  • Belvania Ramos Ventura da Silva Cavalcanti Doutoranda em Ciências da Saúde-UPE, Mestra em Gerontologia, Especialista em Fisioterapia em Gerontologia (COFFITO/ ABRAFIGE), Recife, Pernambuco, Brasil.
  • Ana Paula de Oliveira Marques Doutora em Nutrição (UFPE), Pós-doutorado pela Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), Professora Titular do Centro de Ciências Médicas - Área acadêmica de Saúde Coletiva, Docente Permanente do Programa de Pós-graduação em Gerontologia da Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Pernambuco, Brasil.

Abstract

Introdução: A circunferência de pescoço é uma medida antropométrica com potencial de identificar pacientes com sobrepeso, obesos e caracterizar o tipo de obesidade. Objetivo: Avaliar a prevalência do risco cardiovascular em idosos a partir da circunferência do pescoço e sua associação com fatores sociodemográficos antropométricos, estilo de vida e condições de saúde em idosos atendidos na atenção básica de saúde. Materiais e métodos: Estudo transversal, composto por 202 idosos assistidos na Atenção Básica de Saúde. A medida foi aferida abaixo da cartilagem cricóide, adotando-se como pontos de corte, valores ≥37cm para homens e ≥35cm para mulheres para classificar o risco cardiovascular. Os dados foram analisados por meio de estatística bivariada, sendo as associações com p-valor<0,20 inclusas na análise multivariada, com p-valor<0,05 adotado para permanência no modelo final. Resultados: O risco cardiovascular a partir da circunferência do pescoço, se mostrou associado no modelo bivariado, ao sexo masculino (p=0,001), a pior percepção de saúde quando comparada a outras pessoas da mesma idade (p=0,008), com o excesso de peso, a partir do Índice de Massa Corporal (p=0,000), com a Razão Cintura/Estatura elevada (p=0,000) e Circunferência da Cintura elevada (p=0,003). Permaneceram no modelo final ajustado, as variáveis sexo, faixa etária e saúde autopercebida. Conclusão: A circunferência do pescoço, além de ser uma medida de fácil aplicabilidade, pode ser considerada como um recurso auxiliar na prática clínica para identificação do risco cardiovascular entre idosos no lócus da atenção básica de saúde.

Riferimenti bibliografici

-Almeida-Pititto, B.; Silva, I.T.; Goulart, A.C.; Fonseca, M.I.H.; Bittencourt, M.S.; Santos, R.D.; Blaha, M.; Jones, S.; Toth, P.P.; Kulakarni, K.; Lotufo, P.A.; Bensenor, I.M.; Ferreira, S.R.G.; Group, E.R. Neck circumference is associated with non-traditional cardiovascular risk factors in individuals at low-to-moderate cardiovascular risk: cross-sectional analysis of the Brazilian Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brasil). Diabetology & Metabolic Syndrome. Vol. 10. 2018. p. 82.

-American Diabetes Association. Diagnosis and classification of diabetes mellitus. Diabetes Care. Vol. 37. Suppl 1. 2014. p. S81-90.

-Anothaisintawee, T.; Sansanayudh, N.; Thamakaison, S.; Lertrattananon, D.; Thakkinstian, A. Neck Circumference as an Anthropometric Indicator of Central Obesity in Patients with Prediabetes: A Cross-Sectional Study. BioMed Research International. Vol. 2019. 2019. p. 4808541.

-Asil, S.; Murat, E.; Taskan, H.; Baris, V.O.; Görmel, S.; Yasar, S.; Çelik, M.; Yüskel, H.S.; Kabul, H.K.; Barçin, C. Relationship between Cardiovascular Disease Risk and Neck Circumference Shown in the Systematic Coronary Risk Estimation (SCORE) Risk Model. International Journal of Environmental Research and Public Health. Vol. 18. Num. 20. 2021. p. 10763.

-Caro, P.; Guerra, X.; Canals, A.; Weisstaub, G.; Sandaña, C. Is neck circumference an appropriate tool to predict cardiovascular risk in clinical practice? A cross-sectional study in Chilean population. BMJ open. Vol. 9. Num. 11. 2019. p. e028305.

-Cheng, Q.; Hu, J.; Yang, P.; Cao, X.; Deng, X.; Yang, Q.; Liu, Z.; Yang, S.; Goswami, R.; Wang Y.; Luo, T.; Liao, K.; Li, Q. Sarcopenia is independently associated with diabetic foot disease. Scientific Reports. Vol. 7. Num. 1. 2017. p. 8372.

-Chumlea, W.C.; Roche, A.F.; Steinbaugh, M.L. Estimating stature from knee height for persons 60 to 90 years of age. Journal of the American Geriatrics Society. Vol. 33. Num. 2. 1985. p. 116-120.

-Coelho Júnior, H.J.; Sampaio, R.A.C.; Gonçalvez, I.O.; Aguiar, S.S.; Palmeira, R.; Oliveira, J.F.; Asano, R.Y.; Sampaio, P.Y.S.; Uchida, M.C. Cutoffs and cardiovascular risk factors associated with neck circumference among community-dwelling elderly adults: a cross-sectional study. Sao Paulo Medical Journal = Revista Paulista De Medicina. Vol. 134. Num. 6. 2016. p. 519-527.

-Critério Brasil - ABEP. 2023 Disponível em: <https://www.abep.org/criterio-brasil>. Acesso em: 14/06/2023.

-Famodu, O.A.; Barr M.L.; Colby, S.E.; Zhou, W.; Holásková, I.; Leary, M.P.; Byrd-Bredbenner, C.; Mahews, A.E.; Olfert, M.D. Neck Circumference Positively Relates to Cardiovascular Risk Factors in College Students. International Journal of Environmental Research and Public Health. Vol. 15. Num. 7. 2018. p. 1480.

-Fryar, C.D.; Kruszon-Moran, D.; Gu, Q.; Ogden, C.L. Mean Body Weight, Height, Waist Circumference, and Body Mass Index Among Adults: United States, 1999-2000 Through 2015-2016. National Health Statistics Reports. Num. 122. 2018. p. 1-16.

-Higgins, V.; Nazroo, J.; Brown, M. Pathways to ethnic differences in obesity: The role of migration, culture and socio-economic position in the UK. SSM - population health. Vol. 7. 2019. p. 100394.

-Lipschitz, D.A. Screening for nutritional status in the elderly. Primary Care. Vol. 21. Num. 1. 1994. p. 55-67.

-Malta, D.C.; Duncan, B.B.; Schmidt, M.I.; Teixeira, R.; Ribeiro, A.L.P.; Felisbino-Mendes, M.S.; Machado, I.E.; Velasquez-Melendez, G.; Brant, L.C.C.; Silva, S.A.S.; Passos, V.M.A.; Nascimento, B.R.; Cousin, E.; Glenn, S.; Naghavi, M. Trends in mortality due to non-communicable diseases in the Brazilian adult population: national and subnational estimates and projections for 2030. Population Health Metrics. Vol. 18. Num. 1. 2020. p. 16.

-Malta, D.C.; Bernal, R.T.I.; Sá, A.C.M.G.N.; Silva, T. M. R.; Iser, B. P. M.; Duncan, B. B.; Schimdt, M. I. Self-reported diabetes and factors associated with it in the Brazilian adult population: National Health Survey, 2019. Ciencia & Saude Coletiva. Vol. 27. Num. 7. 2022. p. 2643-2653.

-Mazo, G.Z.; Benedetti, T.R.B. Adaptação do questionário internacional de atividade física para idosos. Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano. Vol. 12. 2010. p. 480-484.

-Ministério da Saúde. Vigitel Brasil 2016: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Ms, 2016.

-Moreira, N.C.V.; Mdala, I.; Hussain, A.; Bhowmik, B; Siddiquee, T.; Fernandes, VO.; Montenegro Junior, R.M.; Meyer, H.E. Cardiovascular Risk, Obesity, and Sociodemographic Indicators in a Brazilian Population. Frontiers in Public Health. Vol. 9. 2021. p. 725009.

-Observatório da Política Nacional de Controle do Tabaco - Instituto Nacional de Câncer - INCA. 2024. Disponível em: <https://www.gov. br/inca/pt-br/assuntos/gestor-e-profissional-de-saude/observatorio-da-politica-nacional-de-controle-do-tabaco>. Acesso em: 25/03/2024.

-Pitanga, F.J.G.; Lessa, I. Razão cintura-estatura como discriminador do risco coronariano de adultos. Revista da Associação Médica Brasileira. Vol. 52. p. 157-161. 2006.

-Polymeris, A.; Papapetrou, P.D. Anthropometric indicators of insulin resistance. Hormones (Athens, Greece). Vol. 21. Num. 1. 2022. p. 51-52.

-Preis, S.R.; Massaro, J.M.; Hoffmann, U.; D' Agostino Sr, R.B.; Levy, D.; Robins, S.J.; Meigs, J.B.; Vasan, R.S.; O'Donell, C.J.; Fox, C.S. Neck circumference as a novel measure of cardiometabolic risk: the Framingham Heart study. The Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism. Vol. 95. Num. 8. 2010. p. 3701-3710.

-Santiago, E.R.C.; Diniz, S.; Oliveira, J. S.; Leal, V. S.; Andrade, M.I.S.; Lira, P.I.C. Prevalência e Fatores Associados à Hipertensão Arterial Sistêmica em Adultos do Sertão de Pernambuco, Brasil. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. Vol. 113. 2019. p. 687-695.

-Silva, A.A.G.O.; Araujo, L.F.; Diniz, M.F.H.S.; Lotufo, P.A.; Bensenor, I.M.; Barreto, S.M.; Giatti, L. Neck Circumference and 10-Year Cardiovascular Risk at the Baseline of the ELSA-Brasil Study: Difference by Sex. Arquivos brasileiros de cardiologia. Vol. 115. Num. 5. 2020.

-Téllez, M.J.A.; Acosta, F.M.; Sanchez-Delgado, G.; Martinez-Tellez, B.; Muñoz-Hernández, V.; Martinez-Avila, W.D.; Henriksson, P.; Ruiz, J.R. Association of Neck Circumference with Anthropometric Indicators and Body Composition Measured by DXA in Young Spanish Adults. Nutrients. Vol. 12. Num. 2. 2020. p. 514.

-Waitzberg, D.L. Nutrição oral, enteral e parenteral na prática clínica. Em: Nutrição oral, enteral e parenteral na prática clínica. [s.l: s.n.]. p. 1289-1289.

-Wehrmeister, F.C.; Wendt, A.T.; Sardinha, L.M.V. Inequalities and Chronic Non-Communicable Diseases in Brazil. Epidemiologia e Servicos de Saude: Revista Do Sistema Unico de Saude do Brasil. Vol. 31. Num. spe1. 2022. p. e20211065.

-Yang, G.; Yuan, M.; Wan, G.; Zhang, X.; Fu, H.; Yuan, S.; Zhu, L.; Xie, R.; Zhang, J.; Li, Y.; Sun, L.; Dai, Q.; Gao, D.; Cui, X.;Gao, J.; Wang, Z.; Chen, Y.; Li,Y.; Hu, D.; Gao, J.; Gao, Y.; Miao, J.; Chen, Y.; Holman, R.R. Neck circumference and waist circumference associated with cardiovascular events in type 2 diabetes (Beijing Community Diabetes Study 23). Scientific Reports. Vol. 11. Num. 1. 2021. p. 9491.

-Zanuncio, V.V.; Pessoa, M.C.; Pereira, P.F.; Longo, G.Z. Neck circumference, cardiometabolic risk, and Framingham risk score: Population-based study. Revista de Nutrição. Vol. 30. Num. 6. 2017.

-Zhang, J.; Guo, Q.; Peng, L.; Li, J.; Gao, Y.; Yan, B.; Fang, B.; Wang, G. The association of neck circumference with incident congestive heart failure and coronary heart disease mortality in a community-based population with or without sleep-disordered breathing. BMC cardiovascular disorders. Vol. 18. Num. 1. 2018. p. 108.

-Zhang, Y.; Wu, H.; Xu, Y.; Qin, H.; Lan, C.; Wang, W. The correlation between neck circumference and risk factors in patients with hypertension: What matters. Medicine. Vol. 99. Num. 47. 2020. p. e22998.

Pubblicato
2025-12-17
Come citare
Barbosa, L. S., Leal, M. C. C., Borba, A. K. de O. T., Cavalcanti, B. R. V. da S., & Marques , A. P. de O. (2025). Circunferência do pescoço como indicador de risco cardiovascular e seus fatores associados. Giornale Brasiliano Di obesità, Nutrizione E Perdita Di Peso, 19(122), 907-916. Recuperato da https://www.rbone.com.br/index.php/rbone/article/view/2854
Sezione
Articoli Scientifici - Original