Efeitos da administração de glutamato monossódico (MSG) em ratas Wistar lactantes no metabolismo das crias

Resumo

A prevalência mundial da obesidade tem vindo a aumentar nas últimas décadas, sendo caracterizada como uma verdadeira epidemia mundial. O glutamato monossódico é capaz de lesar através de excitação neurónios do sistema nervoso central sensíveis a este aminoácido, desencadeando obesidade em consequência de uma perturbação neuroendócrina multifatorial, resultante da lesão de centros nervosos ligados à regulação endócrina, ocorrida numa fase precoce do desenvolvimento. O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos da administração de glutamato monossódico (MSG) em ratas Wistar lactantes no metabolismo das crias. Para isto, ratas lactantes foram tratadas com glutamato monossódico elas receberam por via oral (solução a 0,9%) doses diárias de MSG. Após o parto, as crias (fêmeas) foram divididas em 2 grupos de 8 animais, sendo um grupo controlo (C) crias de ratas controlo e um grupo MSG lactação (ML), crias de ratas tratadas com glutamato monossódico. Foram avaliados a evolução do peso corporal; o peso do fígado (FIG), o tecido adiposo branco retroperitoneal (RET) e o tecido adiposo branco parametrial (PAR); os níveis séricos de glicose, triglicéridos, colesterol total e HDL-Colesterol. Os nossos resultados demonstraram um maior ganho de peso corporal, maior peso dos tecidos adiposos brancos RET e PAR, maiores concentrações séricas de glicose, triglicéridos e colesterol total nos animais que as mães foram tratadas com MSG. Não foram encontradas diferenças estatísticas no peso do FIG e na concentração de HDL-Colesterol. Podemos concluir que o tratamento de ratas lactantes com glutamato monossódico alterou o metabolismo da cria promovendo a obesidade e a dislipidemia.