Prescrição dietoterápica no pós-operatório de cirurgia bariátrica

  • Alícia Braga Lavandoski Programa de Residência Multiprofissional em Saúde do Adulto, Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba, Minas Gerais, Brasil.
  • Mara Cléia Trevisan Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba, Minas Gerais, Brasil.
  • Selma Sanches Dovichi Programa de Residência Integrada Multiprofissional e em Área Profissional da Saúde da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba, Minas Gerais, Brasil.
Palavras-chave: Obesidade, Cirurgia Bariátrica, Dietoterapia

Resumo

Introdução: A obesidade é uma doença crônica multifatorial e a cirurgia bariátrica um tratamento promissor que exige acompanhamento nutricional, embora seja desafiador, inclusive quanto à prescrição dietoterápica, em cada fase da dieta. Objetivo: Analisar a prescrição de alimentos no pós-operatório de cirurgia bariátrica. Materiais e Métodos: Estudo exploratório e transversal realizado por questionário online autoaplicável, com nutricionistas. Para análise dos dados utilizou-se medidas de frequência absolutas e relativas (JAMOVI). Resultados e discussão: Participaram 12 nutricionistas, a maioria mulheres (83,3%). Analisou-se os alimentos mais prescritos nas 5 fases das dietas: líquida restrita, líquida completa, pastosa, branda e geral. Observou-se maior discrepância na dieta líquida restrita, com prioridade (acima de 83%) para água de coco, água e isotônicos e, na líquida completa (acima de 75%), com água de coco, água, chás claros, gelatina convencional industrializada diet e isotônico, entre outros. Os caldos, sucos, sopas batidas, mingau e purês foram incluídos, mas com menor prioridade. Verificou-se maior dificuldade com as dietas líquidas e pastosa, com prescrição de líquidos e alimentos menos nutritivos, inclusive água, mesmo que o objetivo inicial seja apenas hidratar. Conclusão: A prescrição dietoterápica, embora adequada, pode ser melhorada com a preferência de bebidas e alimentos mais nutritivos, inclusive combinados para sucos (água de coco, frutas e hortaliças), vitaminas, caldos/ sopas (carnes, ovos, hortaliças variadas, raízes e tubérculos), considerando cada fase da dieta, inclusive com maior aporte protéico, colaborando na prevenção das carências nutricionais, comuns após a cirurgia bariátrica.

Referências

-ANS. Agência Nacional de Saúde Suplementar (Brasil). Diretoria de Normas e Habilitação dos Produtos. Gerência-Geral de Regulação Assistencial. Gerência de Monitoramento Assistencial. Coordenadoria de Informações Assistenciais. Manual de diretrizes para o enfrentamento da obesidade na saúde suplementar brasileira [recurso eletrônico] / Agência Nacional de Saúde Suplementar. Diretoria de Normas e Habilitação dos Produtos. Gerência-Geral de Regulação Assistencial. Gerência de Monitoramento Assistencial. Coordenadoria de Informações Assistenciais. Rio de Janeiro. 2017.

-ABESO. Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. Posicionamento sobre o tratamento nutricional do sobrepeso e da obesidade. ABESO. São Paulo. 2022.

-Barbosa, H.P.; Lima, C.U.G.B.; Costa, A.J.; e colaboradores. Análise física e química de águas de coco, industrializadas e in natura, comercializadas no Município de João Pessoa, Paraíba, Brasil. Revista Brasileira de Gestão Ambiental e Sustentabilidade. Vol. 8. Num. 18. 2021. p. 341-351.

-Bettini, S.; Belligoli, A.; Fabris, R.; e colaboradores. Diet approach before and after bariatric surgery. Rev Endocr Metab Disord. Vol. 21. Num. 3. 2020. p. 297-306.

-Ministério da Saúde. Vigitel Brasil 2006-2021: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico: estimativas sobre frequência e distribuição sociodemográfica do estado nutricional e consumo alimentar nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal entre 2006 e 2021: estado nutricional e consumo alimentar. Brasília. 2022.

-Cambi, M.P.C.; Baretta, G.A.P. Guia alimentar bariátrico: modelo do prato para pacientes submetidos à cirurgia bariátrica. ABCD Arq Bras Cir Dig. Vol. 31. Num. 2. 2018. e1375.

-Cuppari, L. Nutrição clínica no adulto. Manole. 2019. p. 200.

-Ferreira, G.M.; Weber, T.K.; Dias, L.C.G.D. Evolução da Dieta no Pós-Operatório de Cirurgias Bariátricas: Revisão Integrativa da Literatura. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento. São Paulo. Vol. 13. Num. 79. 2019. p. 363-369.

-Mechanick, J.I.; Apovian, C.; Brethauer, S.; e colaboradores. Clinical practice guidelines for the perioperative nutrition, metabolic, and nonsurgical support of patients undergoing bariatric procedures - 2019 update: cosponsored by American Association of Clinical Endocrinologists/American College of Endocrinology, The Obesity Society, American Society for Metabolic & Bariatric Surgery, Obesity Medicine Association, and American Society of Anesthesiologists. Surg Obes Relat Dis. Vol. 16. Num. 2. 2020. p. 175-247.

-Santos, M. Neurogastronomia, a ciência em benefício da gastronomia. Revista Inova Saúde. Criciúma. Vol. 9. Num. 2. 2019. p. 203-224.

-Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. Número de cirurgias bariátricas no Brasil aumenta 46,7%. SBCBM. 2018.

-Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. Nutrição. SBCBM. 2023.

-Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. Entenda melhor as fases nutricionais do pós-operatório de Cirurgia Bariátrica. SBCBM. 2014.

-WHO. World Health Organization. Obesity: preventing and managing the global epidemic: report of a WHO consultation. Geneva. 2000.

Publicado
2025-05-25
Como Citar
Lavandoski, A. B., Trevisan, M. C., & Dovichi, S. S. (2025). Prescrição dietoterápica no pós-operatório de cirurgia bariátrica. RBONE - Revista Brasileira De Obesidade, Nutrição E Emagrecimento, 19(118), 87-93. Recuperado de https://www.rbone.com.br/index.php/rbone/article/view/2651
Seção
Artigos Cientí­ficos - Original