Consumo de alimentos ultraprocessados e características da alimentação em estudantes universitários de uma instituição de ensino superior de Belo Horizonte, Brasil
Resumo
O estudante, ao ingressar no ensino superior, pode apresentar alterações no seu padrão alimentar, caracterizado por um consumo de alimentos ultraprocessados, comummente associados com o desenvolvimento de doenças crónicas não transmissíveis, como obesidade, diabetes, hipertensão, entre outras. Sendo assim, o presente estudo procurou avaliar o consumo de alimentos ultraprocessados e características da alimentação em acadêmicos de diferentes cursos de graduação em uma instituição de ensino superior localizada no município de Belo Horizonte-MG. Trata-se de um estudo descritivo e transversal, através da aplicação de um questionário online junto de estudantes universitários adultos. Para as características da alimentação foi utilizado um questionário de frequência alimentar validado e adaptado para o inquérito online e foram analisados os alimentos ultraprocessados deste questionário. Foram incluídos 397 estudantes universitários de 10 cursos de licenciatura da instituição (82,6% mulheres). A idade média foi de 24,6 ± 7,0 anos. Destes, 25,4% foram classificados com excesso de peso e 9,6% com obesidade, não havendo diferenças entre homens e mulheres (p=0,629). Quanto ao consumo de ultraprocessados, observou-se um consumo diário destes alimentos em alguns estudantes universitários, tais como: enchidos 33,3%; bolachas doces e salgadas 27,8%; rebuçados, pastilhas elásticas e gomas de mascar 19,4%; refrigerantes 16,5%; sumos artificiais 16,4%; chocolates, brigadeiro 13,4%, entre outros. Assim, a presente investigação demonstrou um consumo diário de alimentos ultraprocessados por estudantes universitários, contrariando as recomendações do Guia Alimentar para a População Portuguesa. Isto demonstra a importância de realizar ações ou campanhas institucionais reforçando a importância da alimentação saudável na saúde destes estudantes.
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